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domingo, 3 de setembro de 2017

ENREDO 1220: Solaris



Solaris
Introdução

          
  4,6 bilhões de anos atrás, dos elementos existentes numa porção do Universo, surgiu a estrela conhecida como Sol, uma grande massa plasmática de hélio e hidrogênio.
            Ela tornou possível a vida em nosso planeta, e essa passou a se fascinar por seu poder e por como um enorme disco brilhante no céu podia influir no ciclo natural. E assim, a humanidade, um dos frutos da vida, buscou explicações para o poder da estrela.
            Surgiram as mais diversas histórias acerca da capacidade da Grande Estrela em trazer a vida e proteger a humanidade. No caminhar dos seres humanos, o astro-rei se tornou divino e guiou suas criações pelas estradas da prosperidade e da esperança.
            Neste enredo, pretende-se contar os cultos, as exaltações, as crenças e os mitos que englobam o Sol e suas divindades.




Sinopse


I -
            Nos tempos em que o Caos era o princípio de tudo, as forças espaciais dançaram pelo nosso ponto na Galáxia, causando o acúmulo dos materiais necessários para o surgimento da Gloriosa Estrela. Esta acaba por originar a divindade Criadora do Mundo, aquela que trouxe uma grande esfera de terra incandescente para participar da dança sideral. E num simples aceno de mão, grandes pedras congeladas se chocaram com o Mundo de Lava, fazendo-o resfriar e tornar-se um lugar propício para a existência de formas de vidas microscópicas, que evoluíram ao ponto de serem capazes de entender a importância de Sol e lhe erigir um grande complexo de pedras em formato circular, no qual realizavam um culto quando a luz alcançava o ponto mais perpendicular em relação ao solo.

II -
            No compasso da caminhada dos homens, a exaltação progredia. Nasceu o guardião da Estrela Ancestral, uma divindade que, para os homens do Crescente Fértil, podia ser de ambos os sexos. Surgiu o pai de uma nação, manifestado sempre entre um astro-rei alado, espalhando esperança enquanto cultuavam o amanhecer e a exuberância dos raios de luz e libaram em honra à deusa de uma cidade sagrada. Nas areias do deserto, orou-se para o ponto alto do céu e declarou-se o disco solar como aquele que trazia a vida, senhor do panteão dos sóis e protetor dos faraós monoteístas. Mas, a preferência do povo era para outro lorde do Sol.

III -
            Para os povos irmãos de Hellas, o Sol manifestava-se por Apolo, aquele que controlava as previsões dos Oráculos após assassinar a cobra-gigante Python, mexendo com o destino dos homens.
Na terra dos filhos de Marte, foi louvado pelos pastores como Indiges, personificação estelar. Suas outras personificações tornaram possível a assimilação dos povos conquistados ao ser parte do sincretismo. Mas, a fé em Sol foi abalada pela aristocracia romana, revoltada com a natureza do imperador que veio de Emesa, o homem que dançava em volta de uma grande pedra preta.
Pela glória de Aureliano, tornou-se Invicto e voltou a ser adorado pela sociedade de Roma, ganhando um corpo de sacerdotes solares e um dia de celebração, no mês de dezembro. Entretanto, seu novo nome também é visto como o retorno de Helios às glórias do povo.

IV -
            Os descendentes de Abraão subjugaram a Grande Estrela à autoridade de seu Criador, afirmando que este criou o Sol e suas benesses. Um grande rei judaico foi transformado, por meio de mosaicos, no senhor solar da Judeia. Preces foram entoadas, esoterismos se espalharam e o festival pagão transformou-se na consagração do Senhor de Canaã. O astro-rei foi peça fundamental num milagre ocorrido em nome da mãe do filho de Deus, criando um disco solar de prata fosca, emitindo raios multicoloridos, que curou aqueles que tinham fé de que um dia receberiam a Providência.



V -
            No oriente de Kanto, escondida numa caverna estava a dama solar. A mesma fêmea que, na visão dos chineses, era guiada por um dragão e mãe de dez pássaros-sóis que fugiram e incendiaram cultivos e pastagens, mas foi incapaz de impedir um jovem arqueiro de matar sua prole e salvar o mundo.
            E passou pelo céu dármico recebendo o louvor do festival daqueles que ansiavam por uma boa colheita, convencendo o sábio asceta a ensinar as pessoas sobre a dama que encontrarão no caminho para o Paraíso.
            Nas estepes, seus raios trouxeram a energia vital para os infantes e posteriormente foi desafiado pelas tropas do Califa Sunita, invasores que traziam a destruição. Encarnado em Zun, efetuou o julgamento solar, levando os inimigos à loucura ou à morte.

VI –
            Montada num bisão, a Grande Estrela é avistada por homens de penacho branco e vermelho na cabeça, numa visão etérea de mais um dia de caça.  E em forma feminina fugiu do seu irmão, o deus da Lua, carregando sua tocha para iluminar a paisagem escura do mar de geleiras.
            Protegeu todas as criaturas da terra livre dos males terrenos e fez o lendário cacique-jaguar partir em peregrinação para o altiplano Muísca, num sinal de reverência à sua figura. Humanos das montanhas se declaravam seus filhos a cada ciclo, para que assim pudessem dominar seu povo e garantir a estabilidade das suas terras.
            E na cidade que ficava no meio de um lago, havia um altar onde homens valorosos eram sacrificados para que seus coração e sangue fornecessem energia para a encarnação solar que lutava contra as forças das trevas, postergando o fim do mundo a cada 52 anos.

VII –
            Caminhando pelo mundo báltico, protege os desfortunados e lhes garante o Paraíso, trazendo consigo a dama que anuncia o amanhecer renovador. Resgata-se o mundo das sombras e se aquece os corações gélidos com o calor da primavera.
            E ao final, o Sol parte pelos céus cercado por seres de luz, deixando a esperança como seu grande tesouro para os homens. Não há tristeza, apenas alegria pela dádiva concedida. O cortejo espacial segue, encerrando a trajetória da Grande Estrela nos desígnios da humanidade.

          

Obs.: Antes da leitura do roteiro, cabe avisar que, na concepção de parte das alas e alegorias, há uma mistura das imagens anexadas com a minha imaginação.





Roteiro


Setor 1
Do surgimento do Sol e do Mundo ao culto do Solstício

O primeiro setor trata do surgimento do astro-rei há bilhões de anos, bem como da criação do mundo na visão do povo de Daomé, mesclada com as noções sobre o surgimento da vida e terminando no cultismo existente em Stonehenge. Privilegia-se uma divisão cromática que foque nas cores mais escuras e incandescentes, de forma a lembrar um mundo primitivo.


Comissão de Frente – Balé espacial em volta da nova Estrela
Integrantes: 15.

A comissão de frente mostra a personificação das forças cósmicas que possibilitaram o surgimento do Sol. Sete casais dançam em volta de um componente central, representando a dança do universo. Os integrantes usarão uma roupa preta que cubra todo o corpo, pintada com as cores que comuns no Universo (vermelho, verde, azul, roxo...) e pequenas estrelas brilhantes espalhadas. Em todas as roupas haverá compartimentos onde estarão guardados pedaços de papel impermeabilizados de cor amarela, que gradativamente se tornam laranja e coral nas pontas. Esses serão encaixados no componente central, que se tornará o Sol em todo seu esplendor inicial.

Destaque de chão – Mawu-Lisa, a criadora do mundo
Segundo a mitologia de Daomé, no princípio de tudo a divindade solar e lunar de dois gêneros criou o mundo em que vivemos.

A fantasia seria um grande vestido africano na cor preta, que deixa um dos ombros descobertos, com sois dourados e brilhantes desenhados no tecido e um pano similar enrolado como um turbante, além de braceletes e colares feitos de ouro. A destaque carregará na mão esquerda um globo terrestre vermelho, representado o mundo primordial. Na direita, leva uma máscara africana com o rosto de um homem. Em dados momentos ela coloca a máscara.




Ala 1 – Terra incandescente
Quando surgiu, o mundo primitivo era um lugar inóspito castigado pelo Sol. Vertia grande quantidade de lava do seu interior, sendo um planeta semiderretido.

Pelo tronco e pelos braços há pedaços rachados de terra. As rachaduras são tingidas em amarelo e laranja. Tecidos vermelhos sobrepostos nas pernas representam a lava que escorre. Na cabeça, um chapéu de chamas.

1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira – Fauna e flora microscópicos
O primeiro casal representará a vida primitiva e microscópica que surgiu e evoluiu após o resfriamento da Terra.

O Mestre-Sala virá como as células animais, utilizando vestes finas em certos graus de transparência, como uma alegoria vazada viva, simbolizando uma membrana celular. O chapéu relembraria a dupla-hélice de DNA.
A Porta-Bandeira veste-se com grande quantidade de penas e plumas na saia, pintadas de forma a relembrar caroços de cor sépia, os cloroplastos das primeiras células vegetais. O tronco da fantasia seria liso, com pontos de pedrarias esverdeadas, sendo as paredes celulares, com um costeiro com grandes penas lilases.  O chapéu é uma “auréola” de alga clorófita.

Guardiões – Meteoros congelados
Para proteger o casal, foi escolhida a representação das grandes pedras espaciais congeladas que teriam resfriado o planeta e possibilitado a existência da vida.

A fantasia é uma roupa cinza que cubra do pescoço até os tornozelos, com uma aparência áspera e um “exoesqueleto” volumoso no peito, na barriga, em parte das pernas, nos cotovelos, nos ombros e parcialmente nas costas, na cor branco-azulada. O chapéu segue a mesma sistemática das roupas.







Carro Abre-Alas – Stonehenge e o culto ao Solstício
Uma das teorias sobre Stonehenge diz que aquele lugar foi construído para marcar os solstícios e cultuar os espíritos. Era um altar de adoração.

A alegoria traz uma versão reduzida do original, em sua forma completa. Um feixe de luz solar é apontado da pedra de marcação até o altar cerimonial no centro. Os componentes da alegoria dançam entre as pedras, trajando roupas de pele falsa. Ao centro, um destaque representa o sacerdote da tribo, com uma máscara ritualística.


Setor II
Sol do Oriente Próximo

O segundo setor trata das representações solares adoradas pelos povos da área entre a Pérsia e o Egito. Começando pelas origens na Mesopotâmia e indo até o esplendor da terra dos Faraós.


Ala 2 (ala de passistas) – A Estrela Ancestral
Em Akkad, Eridu e Babilônia, o Sol se personificava no deus que trazia a justiça, a salvação e guardava a Estrela Ancestral. Na Mesopotâmia era conhecido como Utu ou Shamash. Seu culto se espalhou para a Fenícia, onde se tornou a deusa Shapash.

A ala é metade masculina e metade feminina. A fantasia masculina consiste numa túnica de linho laranja rajado, amarrado com um nó e um cinturão. Há um chapéu cilíndrico azulado com asas entalhadas na frente. Um costeiro nas costas representando a Estrela de Shamash em dourado. Nas mãos, os passistas carregam uma espada com um sol entalhado.



As vestes femininas serão conforme a imagem de Shapash, com quatro asas nas costas, pulseiras, braceletes, tampões nos seios e franjas que saem dos lados da roupa de baixo, ambos numa mistura de preto, dourado e tons rosados (pedraria). Será acrescida uma coroa disposta como uma auréola, com penas de pavão.


Ala 3 – O pai da Assíria
Ashur é o deus da cidade homônima, considerado a grande divindade da Assíria. Era a devoção máxima de qualquer mortal que vivia naquela parte do mudo e protetor dos soldados. Costumava ser representado dentro de um disco solar alado.
A ala mostra pessoas com roupas em tons avermelhados, tendo artes assírias sobrepostas nas barras e um robe com asas / sol amarelo como costeiro.
      


Ala 4 – Shahar, o sol do amanhecer
No panteão de Ugarit, a Estrela da Manhã foi trazida como uma personificação. Seu nome era Shahar, e era o filho de El, a divindade máxima da Cidade-Estado citada.  Era associado com a passagem do Sol pelo céu, indicando o período temporal.

A ala se apresenta com fantasia rajada de tecidos sobrepostos e fitas, predominantemente em amarelo brilhante e laranja, representando a luz do amanhecer, e um chapéu preto em formato de vaso, com uma Grande Estrela dourada e coral entalhada. Nas costas, um costeiro de penas azul-claro, simbolizando a passagem pelo céu.

Destaque de chão – Arinniti
Na cidade de Arinna, próximo à capital dos hititas, louvava-se a deusa do Sol, Arinniti.
O destaque será uma mulher com vestes marrons, sobretudo laranja e uma peruca armada de forma rajada, lembrando a Grande Estrela.

Ala 5 – Oferendas para a deusa da cidade
Em Arinna, os locais praticavam a chamada libação: ofereciam líquidos e alimentos como sacrifício para a deusa.




A ala terá pessoas trajadas com vestes longas e claras e uma capa, sendo ambas com aplicações artísticas.  Usam um chapéu circular vinho, cravejado com aros dourados e penas brancas dispostas no topo. Trazem nas mãos recipientes prateados, no formato de cervos (animal sagrado), contendo leite, aveia, frutas, água... (cenográficos).
        




Ala 6 – Hvare-Khshaeta, o sol radiante
No Avesta, livro sagrado do Zoroastrismo, fala-se sobre a existência de um Yazata (anjo; aquele que é digno de culto) associado ao astro-rei, ao qual se dedicava o décimo primeiro dia do calendário zoroastrista.

A ala consiste em numa versão humana do Faravahar, símbolo do Zoroastrismo, trazendo pessoas em longas vestes vermelhas com detalhes brancos.  Um chapéu branco e um aro de mesma cor na mão direita, além de uma pira pequena na mão esquerda. Há um robe alado amarelo e coral como costeiro, com uma mandala do Sol Persa no centro.


Carro 2 – Templo Solar de Amarna
Nos tempos do Faraó Akhenaten, instituiu-se o culto ao disco solar, que emanava raios capazes de trazer a vida e fazer a água surgir da terra. O nome do novo deus era Aten e em sua honra o rei do Egito mandou construir uma imponente cidade, conhecida como Amarna. Tutankhamun, filho e sucessor, continuou a adoração da nova deidade. Pai e filho foram os únicos faraós monoteístas das terras do Nilo. Entretanto, a população discordava do novo culto.

A alegoria traz uma versão livre do santuário do Pequeno Templo de Amarna,  com colunas egípcias dispostas pelo carro e estátuas de Akhenaten e Tutankhamun na frente da construção.  No meio da alegoria, na parede frontal da construção, há um grande disco solar girando e emitindo raios (Aten), que são refletidos por espelhos estrategicamente dispostos. Há plantas crescendo por todo o carro, em especial nas colunas, onde terminam em grandes lótus rosas (flor sagrada). Água (cenográfica) surge diante da construção e escorre até a frente da alegoria. Os componentes da base representarão os animais da fauna das margens do Nilo e dos oásis (leões, crocodilos, íbis, grous...).



Nos lados, em cima de “elevados” (ou queijos), mas ainda abaixo de Aten, aparecem destaques vestidos de como os diversos sóis do Egito:






Hórus - Seu olho esquerdo é brilhante, significando a Grande Estrela; com cabeça de falcão peregrino, vem vestido para a guerra, com túnica clara e armadura bronze, além de sandálias de couro trançado.














Rá – A encarnação do astro-rei. Nas mãos, carrega um pequeno cetro e um ankh (cruz de ansata). Traja um saiote e em seu tronco há uma veste azul-brilhante. Há um pano circular em seu pescoço com um disco solar incrustrado e possui a cabeça de uma águia.









Sekhmet - deusa da guerra e criadora do deserto. É o sol destrutivo. Usa um vestido de linho laranja bem claro, amarrado por uma fita. Possui pulseiras e colares, bem como garras nas mãos. Sua cabeça é a de uma leoa, adornada com uma tiara em forma de serpente da qual saem raios solares dos lados. À medida que se desce pelo corpo, aparece sangue nas mãos e no vestido.










Khepri – O nascer da Grande Estrela. Aqui, aparece na sua forma de animal, o escaravelho. De cor preta, com ankhs brancos desenhados pelo corpo e um robe alado com seis asas de águia multicoloridas servindo de costeiro e o disco solar no centro.










Atum – A divindade que escolheu existir e criou a si própria, além de representar o poente. Usa braceletes com uma pequena águia de Rá (ao qual é associado), um longo cetro na mão direita, uma espécie de “camisa” escamada em verde, um saiote e as coroas do Alto e do Baixo Egito na cabeça.





Sopdu – O sol de verão. Tem um chapéu circular com duas grandes e largas plumas vermelhas em cima, bem como o cavanhaque do Egito (símbolo divino). Veste uma anágua branca, com uma faixa dourada descendo do ombro até a cintura. Nas costas há um costeiro representando o sol egípcio com o Olho de Hórus no meio.












Nefertem – O deus da beleza e primeiro raio de luz do dia.  Trás um grande lótus azul como chapéu, braceletes e pedrarias no pescoço. Usa um saiote, com pequeno cinturão cravejado com pedras verdes e possui um cavanhaque egípcio.





No teto do santuário, haverá um grande lótus branco enraizado, no qual um destaque aparecerá como Amun, o senhor dos deuses, que no Baixo Egito foi identificado com Rá, se tornando assim um deus do Sol. Como também era a divindade dos ventos, sua roupa é uma túnica esverdeada e branca e toda rajada para simbolizar as correntes de ar. Usa faixas nos tornozelos, braceletes, um chapéu amarelo quadrado com duas plumas multicoloridas enormes, com o astro-rei desenhado na frente, e um cajado. Sua posição acima de Aten na alegoria demonstra o fato do povo do Egito não acreditar que o novo deus era sua divindade máxima.
  



Setor III
Sol Greco-romano

O terceiro setor abarca o paganismo solar existente em duas culturas similares: Grécia e Roma. Dos oráculos até os festejos romanos.

Ala 7 – Oráculo de Delfos
Na Grécia, havia uma localidade onde se praticava o dom de prever o futuro. A região de Delfos era controlada pelo dragão Python, guardião do Santuário de Gaia e que possuía o dom de emitir oráculos. Por ter perseguido Leto, mãe do deus Apolo, foi morto por este e a regência do local passou para a divindade solar. Assim, Delfos se tornou a terra das mulheres que previam o futuro para quem quisesse saber.
Esta ala é divida entre masculino e feminino. A parte masculina representa Apolo, em todo o seu esplendor, com uma armadura dourada e um grande sol nas costas. Nas mãos, carrega uma lira.
A divisão feminina traz as pitonisas, os oráculos do Santuário. Vestidas com panos vermelhos e escuros sobrepostos. Um ramo de oliveira na mão esquerda e uma vasilha com vinho (cenográfico) na direita. O costeiro é um dragão verde feito em penas, no formato de um “S”, relembrando Python.



Ala 8 – Indiges
Em Roma, havia capelas para um deus solar no Circo Máximo e no Monte Quirinal. Era o chamado Sol Indiges (nativo ou invocado). Pra os historiadores e pesquisadores, era uma representação mais agrária da Grande Estrela, possivelmente associada aos chamados Indigetes (deuses indígenas de uma localidade específica).

A ala vem com vestes numa mistura de bege com branco e vermelho, para dar um efeito envelhecido, sapatos marrons, um filhote de ovelha nos ombros e uma bolsa marrom cheia de sementes, ambos representando a condição agropastoril do Sol. Na cabeça, terá uma auréola solar dourada.










Ala 9 – Sincretismo romano
O Império Romano usou pesadamente da assimilação da cultura e da religião dos povos conquistados como uma forma de domínio. Assim, surgiu o sincretismo romano.
A ala mostra algumas versões sincréticas de divindades solares assimiladas por Roma. Cada uma em uma fileira diferente.


Endovélico – Nome romano de Andevellicus, deus solar dos Lusitanii, povo que habitava parte da Península Ibérica (em especial o que hoje é Portugal). A fantasia é com vestes em tons corais, amarelos e vermelhos, buscando relembrar o fogo infernal das divindades solares da região, um sabre na cintura, um pano branco que cobre a cabeça e uma capa laranja. No peito, há a imagem de um sol romano, preso por um suporte marrom.













Brilhante – É o significado do nome Belenus, um dos deuses celtas que foram associados à figura de Apolo. A fantasia é uma toga sépia, com capa em tons verdes extremamente brilhantes presa por um símbolo druídico, braceletes, uma tiara e sandálias de couro. Na cabeça há uma coroa de carvalho, com tranças esverdeadas nos lados. Nas costas, há um costeiro com um dos sóis celtas, na cor vermelha com detalhes em dourado e laranja.







Sabedoria solar – Em Aquae Sulis (Bath), na Britânia, cultuou-se uma divindade associada com as termas da cidade e com o Sol. Seu nome era Sulis e ela foi sincretizada com Minerva, a deusa da sabedoria. Os componentes trajam togas e vestidos verde-claro, com pássaros bordados e símbolos laranja, botões dourados prendendo na altura dos ombros, barra de igual cor. Há também um vaso deitado no ombro direito, com um Sol desenhado em seus lados, e de onde escorrem penas azul-esbranquiçadas, representando as águas termais. O chapéu é uma coruja (símbolo do saber).






Mensageiro dos céus – Quando o Reino de Palmira se tornou vassalo de Roma, Malakbel, deus local, foi associado a Sol. Seu nome significa “mensageiro de Baal”. A fantasia consiste numa combinação de  “camisa”, “calça” e “sapatos” em cinza-azulado, com detalhes em dourado leve (listras no meio das pernas e da barra; inscrições em alfabeto semítico no tronco). Por cima, um robe vinho com barras cobre. Há também um chapéu cinza azulado, com uma coroa desenhada no centro e penas amareladas saindo, como se fossem raios solares.










Mistérios de Mithra – O onisciente yazata protetor da Verdade, que se tonou o Sol da Pérsia na tradição zoroastrista. Em Roma, foi assimilado num Culto Misterioso que cresceu em popularidade entre as Legiões. Assim, os componentes vêm caraterizados como um legionário, com armadura prateada, pano vermelho por baixo, espada com estojo preto e detalhes dourados, adaga na cintura, caliga (sandália que usava), dardo e um grande escudo com uma imagem da face de Mithra.


Ala 10 – A dança de Elagábalo
Marco Aurélio Antonino Augusto, conhecido após sua morte como Elagábalo, foi um membro da Dinastia dos Severos oriundo da cidade de Emesa e imperador romano durante a adolescência. Entretanto, antes do ofício de Estado, era o sumo-sacerdote do culto de El-Gabal, um deus solar da Síria. O jovem governante impôs a crença estrangeira como a divindade máxima do panteão romano. É tido como controverso por seus fanatismo, excentricidade, casamento com uma vestal e vida sexual pública com seu cocheiro. O conjunto de fatores atraiu a ira das famílias poderosas de Roma, do exército e da sua conspiradora avó, resultando na sua morte pelas mãos da Guarda Pretoriana.

Uma ala coreografada com componentes jovens, maquiados para ter uma aparência andrógina, vestidos com uma túnica dourada e rósea e um pano vermelho sobreposto, sandálias e uma coroa de louros simbolizando seu título imperial. Todos dançam em torno de um tripé, como o imperador fazia nos seus rituais de adoração.





Tripé 1 (ou elemento cenográfico) – Pedra de El-Gabal
No meio da ala 10, há um tripé representando o pedaço de meteoro negro que simbolizava o deus solar da Síria. É uma grande pedra polida preta, com desenhos dourados do Sol, cercada por pequenas colunas romanas que terminam em piras.




Ala 11 (velha guarda) – Solis Invicti Ecclesia
Nos tempos do Imperador Aureliano, o culto solar voltou a renascer na figura de Sol Invictus (não conquistado). Constituiu-se um novo Colégio de Pontífices com membros da classe senatorial, chamado de Eclésia Solar Invicta.


Os membros da velha guarda podem ser vistos como os sacerdotes do Carnaval. Assim, eles vêm trajando uma grande veste branca, com um aro laranja em torno do pescoço, chapéu de igual cor e uma faixa com turquesas e granadas no meio do tronco.







Carro 3 – Dies Natalis Solis Invicti
Em 25 de Dezembro, celebrava-se um festival em honra ao Sol Invicto, comemorando seu nascimento. Não se tem certeza da identidade dessa divindade, mas ainda assim os historiadores a associam com o deus grego Helios.

A alegoria consiste numa celebração romana, com quatro grandes corcéis de fogo na parte frontal, em amarelo e vermelho, ligados a uma quadriga prateada com um astro-rei entalhado. O deus Helios aparece no veículo guiando os animais, o que representa a possível associação de sua figura com o Sol Invicto, segundo historiadores. Além disso, sua posição na indica que está guiando um cortejo. A divindade veste uma toga branca com barras douradas, uma capa em tecido sobreposto azul, joias douradas e uma coroa solar.
No centro, aparece uma réplica do Colossus Solis em tamanho reduzido, cercado por pequenas bigas vermelhas que têm sóis amarelos entalhados, puxadas por estátuas de cavalos brancos. Pessoas estão nos veículos, vestidas com togas e joias. Há jarros de vinho dispostos nos cantos das bigas e flores enfeitando sua parte superior. O chão é feito para relembrar o piso quadriculado das ruas romanas da época. O carro alegórico é cercado nos lados e atrás por videiras, que possuem uvas em seus galhos, representando a prosperidade dada pelo Sol Invicto. No fundo, pouco acima das plantas, um destaque representando o Imperador Aureliano.








Setor IV
Sol Abraâmico

Este setor representa as manifestações da Grande Estrela nas fés que têm Abraão como patriarca: judaísmo, islamismo e cristianismo.

Ala 12 (ala das baianas) – Mosaico de Davi
Nas ruínas de Hamat Tiberias, há o zodíaco entalhado em torno da Grande Estrela. Esta é representada como o deus Helios personificado na figura do Rei Davi.

As baianas terão as casas zodiacais entalhadas como um mosaico na saia, em branco, laranja e ocre. Elas próprias serão o Sol-Davi, com o tronco da fantasia assumindo tons corais e amarelados, além de um grande aro solar servindo como chapéu.


Ala 13 – Birkat Hachama
A cada ciclo de 28 anos, numa terça-feira, os judeus entoam uma prece em agradecimento ao Criador pela criação do Sol.

A ala traz judeus ortodoxos com ternos em preto-brilhante. Acrescenta-se uma echarpe branca com listras acinzentadas. Na cabeça, chapéus fedora, com abas serrilhadas em laranja, uma estrela amarela no centro, preenchida por um círculo translúcido com a Estrela de Davi. Nas mãos um livro de preces hebraico e um shofar (chifre de carneiro que é entoado).


Ala 14 (bateria) – Sábios sufistas
Os esotéricos do mundo muçulmano, admiradores dos astros, especialmente do astro-rei.

Os componentes vestem uma túnica branca leve com inscrições azuis grandes em árabe. Há pequenos quadrados entre as letras. Na cabeça, um chapéu cilíndrico vermelho.





Ala 15 – Consagração do Criador
No século V, Santo Agostinho disse sobre o Dies Natalis Solis Invicti que “devemos celebrar este dia não em honra do Sol, mas pela glória d’Ele que criou o astro”.



Uma fantasia composta por uma túnica branca com bordados do Chi Ro (símbolo de Cristo) nas pontas. Há um tecido azul continuando de dentro da barra. Por cima, um robe sépia com barras douradas, com peixes (outro signo cristão) entalhados. O chapéu é uma custódia de ouro, o “sol” da Igreja. Nas mãos, os componentes carregam um hierofonte (cruz tripla), como se estivessem numa procissão.

Carro 4 – Milagre do Sol
Em 1917, três crianças afirmaram que a Virgem Maria lhes prometeu um milagre para o dia 13 de Outubro. 50 mil pessoas se reuniram na Cova da Iria, em Fátima, Portugal, para presenciar o evento. O Sol apareceu como um disco solar de prata fosca, emitindo raios multicoloridos, balançando pelo céu. As luzes teriam assustado a multidão e curado pessoas paraplégicas e cegas, fato atestado por médicos. Anos depois, a Igreja reconheceria o milagre.

A alegoria vem na forma de uma paisagem rural, com três crianças na frente caracterizadas como Irmã Lúcia e seus primos, Francisco e Jacinta. O chão é forrado de gramíneas, com arbustos, árvores de pequeno porte e ovelhas. No centro há uma planta maior, com uma nuvem por cima e uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, demonstrando sua aparição. Suspenso por cordas, seguradas por técnicos e pela “ala da força”, estará um balão grande do Sol em prata fosco, balançando. Há refletores cuidadosamente postos no carro para representarem os raios de luz multicoloridos. Os demais componentes são pessoas interpretando aqueles que estavam presentes no momento do milagre. São coreografados, sendo que alguns demonstraram medo quando as luzes brilharem mais intensamente. Os que representaram paraplégicos e cegos ficarão extasiados com o brilho, demonstrando que foram curadas de seus males. Todos estão vestidos como portugueses do começo do Século XX.

  


Setor V
Sol que vai do Hi No Moto às estepes

O quinto setor demonstra os cultos solares e alguns de seus contos e crenças, partindo do Extremo Oriente e indo até às paisagens da Ásia Central e do Afeganistão.

Ala 16 – Amaterasu
Incorporando elementos advindos da Coreia e da China, surgiu no Japão o culto de uma dama que personificou o Sol. Triste pela destruição de seu jardim no Paraíso, a deusa se escondeu numa caverna, jogando o mundo na escuridão. Entretanto, um grande festejo provocado pela divindade da chuva fez com que a dama perdesse o amargor e saísse para iluminar o mundo novamente.
Tem-se uma ala com componentes vestidos com quimonos róseos e avermelhados, com fitas e cordões dourados amarrados na cintura. O chapéu é uma grande peruca preta com enfeites dourados no formato do Sol. Nas costas há um costeiro cinzento no formato de arco, representando a caverna.




2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira – O Dragão e Xihe
Na China, havia uma deusa solar que cruzava os céus com a Grande Estrela, sendo carregada por um dragão.

O Mestre-Sala será caracterizado com uma fantasia escamosa vermelha e laranja, com pequenos detalhes róseos e garras nas mãos. O chapéu é a cabeça do dragão, com fios longos saindo nas proximidades da boca. Há guizos pendurados nos pulsos.
A Porta-Bandeira representa a divindade chinesa. Sua saia é tal qual o Sol, sendo com penas em dourado e coral. Tronco de pedraria alva, possuindo mangas longas com inscrições no alfabeto mandarim indicando “Sol”, “pássaros” e “divindade”. O costeiro é disposto como se fossem longas fitas esvoaçando, com penas violeta. Seu chapéu é uma coroa chinesa, sendo que a parte longa frontal possui flores entalhadas.


Ala 17 – Houyi, o lendário arqueiro
Xihe possuía 10 pássaros-sóis como filhos, que acabaram fugindo. Sua presença no plano terreno causou um rastro de destruição, arrasando os cultivos e pastagens. Diz a lenda que um arqueiro abateu 9 das aves e a última se tornou a Grande Estrela que aparece todo dia.
A fantasia é predominantemente em tons de verde e violeta, padrão do exército chinês da época, com detalhes dourados nas linhas e abotoaduras, ombreiras onduladas e um cinturão preto com um Sol entalhado e um pássaro por dentro deste. Na cabeça, há uma faixa também verde e um pano amarelo formando um “coque”.  Uma aljava nas costas e um arco de madeira nas mãos.



Ala 18 – Makar Sankranti, o Festival de Surya
A cada ano, em janeiro, o povo indiano organiza festividades de agradecimento e pedidos por uma boa colheita. É o Makar Sankranti, em honra de Surya, o deus do Sol hindu.


A fantasia consiste em vestes predominantemente em tons que pendam para o lilás, com aplicação de tecidos com a arte dármica. Nas costas, há uma grande pipa multicolorida, como as que as pessoas soltam durante o festival.



Ala 19 – A caminho do Nirvana surge um Deva
No Budismo, fala-se sobre uma divindade associada ao Sol, chamada Marici, um Deva mencionado nos ensinamentos de Buda.

A fantasia é uma sobreposição de tecidos que têm prevalência de tons pastéis, de modo a terem a aparência o mais etérea possível, como se as pessoas estivessem no pós-vida, caminhando para alcançar o Nirvana. Lótus lilases estão dispostos por todo o corpo. O chapéu é as três faces de Marici, cada uma demonstrando uma emoção e com uma tiara em pedraria acima de cada uma. Na parte de trás, no lugar da quarta face, um Sol vermelho e verde entalhado, com pétalas de flores como pontas.






Ala 20 (ala das crianças) – Infantes das estepes
Segundo os povos nômades da Ásia Central, Koyash era o deus solar que, por meio de seus raios, levava a energia vital pra que as crianças nascessem e crescessem saudáveis.

A fantasia consiste num kaypak (chapéu) azulado, camisa e calça cobertas por um sobretudo com aplicação de arte cazaque e botas pretas altas e enfeitadas. No pescoço, carrega-se um medalhão brilhante de um cavalo alado, símbolo de Koyash, e por onde se “absorveria” os raios de luz.
                                                  

                    

Carro 5 – Julgamento de Zun
No final do Século VII, tropas do Califa Sunita lideradas pelo governador da região de Sistan invadiram as montanhas do Zabulistão (parte do atual Afeganistão). Era os domínios de Zun, um deus solar que mesclava elementos das religiões iranianas e indianas. A campanha do “Exército de Destruição” foi um fracasso, com as tropas sucumbindo para a fome e para os soldados pagãos. Entretanto, conta-se que a divindade solar julgou os inimigos com a força do Sol, levando-os à loucura e à morte.


A base e as barras da alegoria são formadas pelos corpos dos soldados do Califado, com suas armas, túnicas militares e várias aplicações de tecidos. As cores pendem para tons marrons e de areia, representando as montanhas do Zabulistão.
Há duas plataformas no carro. A de cima é onde estará Zun, sentado num trono, vestindo túnica e calças claras, com um grande sobretudo dourado por cima, que é cravejado por pedraria preta. Calça sandálias e é enfeitado com pulseiras, tornozeleiras e anéis. Seu chapéu é avermelhado, em forma de chama, e os olhos são da mesma cor. Carrega uma lanterna circular, disfarçada na palma da mão. Toda a parte de cima é cercada por algumas nuvens.
Na plataforma de baixo, estarão os soldados que ainda vivem e um general. Este se destaca dos outros por usar um pano vermelho enrolado pelo elmo e no pescoço, e trazer um grande escudo com o crescente, a estrela e uma inscrição árabe dizendo “califa”, entalhados em verde.
Toda vez que Zun se levantar ele erguerá a mão com a lanterna acesa. A iluminação da alegoria brilhará mais forte.  Os soldados vivos demonstrarão agonia e sofrimento e o general usará o escudo para se proteger da luz.











Setor VI
Sol das Américas

No Novo Mundo, a Grande Estrela era aspecto central das religiões espalhadas pelo continente. Este setor traz os povos indígenas da região e sua ligação com o Sol.

Ala 21 – O espírito e o bisão
O povo Lakota acreditava na existência de um espírito solar que aparecia montado num bisão.

A fantasia representa um índio norte-americano, com um cachimbo na boca, um grande penacho vermelho, branco e preto na cabeça e vestes em couro e arte ritualística. Há um aro de tamanho médio na mão, feito com penas amarelas e laranja e miçangas multicoloridas, simbolizando o Sol.
Os índios estão dentro de um bisão preso por suspensórios.




Ala 22 – Na Groenlândia, o Sol fugia
Na grande ilha da parte extrema das Américas, a existência da Grande Estrela era explicada por meio da história dos irmãos Malina e Igaluk. O segundo tentou se deitar com a irmã por considerá-la a mais bonita mulher da vila. Ela marcou a cara de seu agressor com óleo de lâmpada e, quando descobriu que era seu irmão, arrancou os próprios seios e os entregou numa cesta. Ela fugiu com uma tocha na mão, sendo perseguida por Igaluk. Entretanto, ele caiu no gelo e parte de sua chama se apagou. Quando conseguiu alcançá-la, ela correu mais rápido, se lançando aos céus. Ele seguiu o mesmo rumo. Assim, se tornaram o Sol e a Lua.


A ala será coreografada com mulheres fugindo de homens, caracterizando a história inuit.
As moças vestem peles falsas e grossas pelo corpo, formando as botas e saias. O chapéu é felpudo na ponta, circulando todo o rosto, e há penachos longos na cabeça. O tronco
é tampado por tecidos beges ensanguentados, estendendo-se como fitas pelos braços. Na mão, uma tocha totalmente acesa, o instrumento que transformou Malina em deusa do Sol.
Os homens também trajam peles grossas, com luvas, botas, casaco e calças. Na cabeça, um par de chifres de caribu em meio a uma pelagem espessa. A cara é preta, suja por óleo de lâmpada. A tocha é semiapagada, sendo o que transformou Igaluk na Lua.


Ala 23 – O guardião das criaturas
Nas densas florestas do Pindorama, Guaraci protegia os animais que ajudou a criar.

A ala vem caracterizada como o deus-Sol dos índios brasileiros, utilizando uma tanga de fios de palha com um pequeno cinturão adornado com sementes vermelhas. Há pinturas corporais alaranjadas pelo corpo. Na cabeça, um cocar de penas amarelas contornadas por coral, um palito no nariz e botoques falsos nas orelhas. O costeiro é com as mesmas penas interligadas por um círculo, representando a Grande Estrela.





Ala 24 – Viagem ao Templo Solar
O povo Muísca, do altiplano colombiano, acredita que houve um tempo em que foram governados por caciques mitológicos. Um deles era Thomagata, o homem-jaguar, que sempre peregrinava entre a aldeia de Hunza e o templo solar em Sugamuxi, como forma de demonstrar sua fé incontestável em Sué, deus do Sol.

A fantasia consiste em pessoas vestidas tecidos rústicos em amarelo com pintas pretas, como um jaguar. Na cabeça, há um grande cocar de penas multicoloridas e quatro orelhas. O olho esquerdo é tampado e com um risco por cima. O nariz é pintado para lembrar um focinho. Há garras nas mãos e nos pés, bem como adornos de penas e de ouro nos braços e tornozelos. Nas partes baixas, há uma tanga com entalhes vermelhos. Atrás, há um rabo de jaguar.





Ala 25 – O filho do Sol
Como forma de domínio do povo, os imperadores incas anunciavam que eram filhos e representantes terrenos de Inti, a divindade solar e patrono do Império.



A ala traz componentes fantasiados com uma túnica em cores queimadas, com sobreposição de tecidos e aplicação de artes incas. No pescoço, um colar circular dourado em forma de Sol, com tecido azul. Usa um chapéu dourado circular, com uma pedra no centro, dois aros ligados por fios e um par de penas preto e branco. Há acessórios de penas nas pernas. Nas costas, uma capa escura com a imagem de Inti.
                

Tripé 2 – Altar de sacrifício
Para postergar o fim do mundo em 52 anos, os astecas realizavam sacrifícios. Ofereciam coração e sangue humanos para Huitzilpochtli, o deus solar que luta contra as forças das trevas para salvar o mundo.



O tripé consiste em escadas que levam a uma mesa de sacrifícios e uma parede rochosa com a imagem de Huitzilpochtli. Há um sacerdote com uma adaga cerimonial que olha para os céus entoando preces. Na mesa, tem um corpo de um guerreiro, adornado com penas e joias. Sangue escorre até as escadas. Também há dois guerreiros águias (uma das tropas de elite do exército asteca), conforme a imagem, nas pontas.




Setor VII
Sol das dádivas e da esperança

O último setor representa a Grande Estrela como provedora de conforto e esperança para os homens. Termina com a sua partida.

Ala 26 – Desafortunados
A população do báltico acreditava que Saule, sua deusa solar, protegia aqueles pra quem a vida não sorria.


A ala traz camponeses em vestes rotas, com rasgos e sujeira, pendendo para tons escuros, conforme a imagem. As cabeças são tampadas por panos e chapéus e há lama nas faces. Ídolos solares de Saule, em madeira, estarão pendurados nos ombros.




Ala 27 – A dama da manhã
A figura da mulher que anuncia o amanhecer e traz a esperança está presente em várias religiões indo-europeias.

Esta é uma ala composta somente de mulheres, com uma túnica feminina rosada, um colar de pedrarias e uma coroa de flores com um girassol no centro. Nas costas um grande par de asas brancas.








Ala 28 – Resgate das sombras
Diz a mitologia basca que Eguzki, a avó-Sol, resgatava o mundo da escuridão da noite ao puxar a Grande Estrela para que brilhe no firmamento.

A fantasia é composta de tecidos sobrepostos. A metade de baixo é preta, com morcegos e damas-da-noite. A partir do meio para cima as vestes começam a se tornar brancas com raízes e folhas adornando. Na cabeça, uma grande flor-de-sol serve como chapéu.





Ala 29 – Primavera que enche os corações
As terras acima do Círculo Polar Ártico são muito frias, o que faz a Grande Estrela ter papel primordial na vida do povo sami. Assim, a deusa solar Beiwe traz a Primavera que remove a friagem dos corações das pessoas.




A ala caracteriza-se com vestes que relembrem o tronco de uma árvore, com raízes se estendendo pelos pés e flores do campo pelo corpo. No centro, um sol floral, representando o coração aquecido. Há borboletas pousadas nos ombros. Na cabeça, um grande adorno feito com flores e folhas nas cores da aurora boreal (verde, violeta, vermelho, azul...).


Carro 6 – Presente para a humanidade
A última alegoria representa a partida do Sol, deixando a esperança como seu tesouro para os homens.

Na parte frontal, aparece Sól (ou Sunna), deusa nórdica, segurando um grande girassol. Na flor, estará um destaque caracterizado como Tesouro da Esperança. A divindade é seguida por esculturas de fadas douradas. Ao fundo, aparece uma grande esfera com uma coroa de raios nas extremidades, sendo essa o astro-rei.



Ala 30 (compositores) – Cortejo espacial
A última ala traz os responsáveis pelo samba, com ternos e vestidos azul-escuro cravejados por pedrarias brilhantes, caracterizando o céu noturno.





Referências




Enciclopaedia Brittanica

Mitos y leyendas indígenas de Colombia - Indigenous myths and legends of Colombia – Javier Ocampo López

The Cult of Sol Invictus – Gaston H. Halsberghe










Autor


Erick Araújo
24 anos
Estudante de Direito
Apreciador do mundo carnavalesco
ericksouzasilva22@gmail.com



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