Atenção carnavalescos e presidentes de escolas de samba!

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domingo, 19 de março de 2017

Fórmula do 11 e Fórmula do 12

Já comentamos em outra oportunidade sobre a nossa fórmula de disputa. Ela é diferente, por ser diferente leva uma confusão inicial, mas não tem mistério, principalmente no avanço das edições, quando o pessoal se acostumar.


O que não entender é só perguntar, mas não tem mistério não!!! 


Basicamente temos duas fases:

Concurso de Enredos Tradicional: 
1º Fase: votação popular
2º Fase:  avaliação dos jurados
Fase extra: Supercampeonato (competição extra)

1º Fase os enredos desfilam e receberão uma classificação conforme o seu desempenho com o povo.

2º Fase os primeiros classificados pela votação popular disputam o título dos jurados.
Os que não se classificarem pelo votação popular, ainda terão uma chance, disputam um título entre eles, a Recopa. O campeão da Recopa irá disputar o Supercampeonato, é um consolo e uma chance de salvar algum injustiçado da votação popular.

OBSERVAÇÃO: O número de enredos classificados poderá variar de uma edição para outra, pois sempre vamos depender do número total de enredos. Mas a meta para o 12 em diante é classificar os 12 primeiros. Enredos entre 13 e 24 farão parte do grupo 2. Conforme o número de enredos poderemos ter grupos 3, 4, 5, 6,  GRUPO 845454789... Todos os campeões irão disputar o SUPERCAMPEONATO.

Ainda, sobre a distribuição das vagas, estamos distribuindo de acordo com as noites de desfile, já que fica mais fácil para a votação. 


O SUPERCAMPEONATO é outro campeonato que dá a chance para ser termos mais diversão e satisfazer quem queria ver determinados confrontos. O passado não é reescrito, é apenas uma nova competição. Não tiramos o título de ninguém, damos mais um título. É como Campeonato do Mundo e Copa das Confederações. 

Fase Extra: Temos um Supercampeonato com notas dos jurados. É uma competição extra que ameniza quem deseja ver Campeões se enfrentando, como no caso do campeão Tradicional e do Temático, ainda temos a volta de um enredo eliminado por votação popular, mas que ganha a chance de participar desta competição extra.

O concurso de Enredos temático 
Ele geralmente é um fator que quando entra gera confusão. É um concurso dentro do Concurso de Enredos maior, ele tem uma fase que é de votação dos jurados e dali sai o campeão.
É um concurso especial, que os autores escrevem enredos baseados em um tema que foi eleito por votação. 
O campeão do Temático ganha um título de peso equivalente ao do Tradicional e avança para o SUPERCAMPEONATO onde estará frente a frente com o CAMPEÃO TRADICIONAL. 







Fórmula de disputa do Concurso de Enredos X Fórmula da Liesa e ligas virtuais

O Concurso de Enredos não pretende seguir os passos e copiar modelos ultrapassados do carnaval real, ao contrário, quem é vanguarda procura propor novas coisas, gerar novas coisas. 

O modelo do carnaval real é de grupos fechados, fixos, que até hoje não vejo dar certo em nenhuma "liga virtual", ao contrário vejo como uma "imitação" com desempenho pior e não falo isso de agora. Eu vejo isso desde as primeiras disputas da LIESV, lá pelos primeiros anos de 2004,2005,2006... Quase todo ano eles tem que rasgar o regulamento e não rebaixar ninguém ou puxar meia dúzia do grupo de baixo, pois no meio do caminho tem desistências, ausências de força maior, já que as "escolas virtuais" dependem de poucas pessoas, então muitas vezes dá uma diarreia nas pessoas e as escolas ficam um ano ou dois paradas, aparecem outras, é um tal de ia subir 2, mas subiram 6, ia cair duas, mas não caiu ninguém... Não é culpa deles, mas as circunstâncias de campeonatos deste tipo geram estas condições. Se querem continuar nesse modelo, são livres para fazer isso, que façam, mas e eu tenho ótimos motivos para não fazer.  

Além disso preservamos todos do processo. Todos aqui são sempre especiais, todos disputam e todos que enviam enredo poderão ser campeões. Nos procuramos sim, dar a chance de alguém chegar agora e ser campeão. Assim como alguém pode se ausentar por anos e voltar com condições de ser campeão direto. E não ter que esperar na fila de acesso para um dia voltar "para o especial".

Também pode ser complicado a disputa nos grupos de baixo, isso pode significar uma desmotivação para quem ficar dois, três, quarto anos em um grupo de acesso. 

Direito múltiplo de participação: O Concurso de Enredos é uma mostra de exposição de ideias. Por isso, vejo como ultrapassado represar ideias. Se a pessoa consegue em 6 meses apresentar 3 enredos, permitimos que ela apresente. 

Não entra na minha cabeça que só podem apresentar 1 trabalho ou 2 por ano. Se alguém tem um ritmo de produção maior, ela pode vir. 

Outra questão que poucos percebem, são aqueles que tem um ritmo de produção mais lento ainda, alguém que escreve um enredo de 2 em dois anos. Ele pode participar, já se fosse em divisão por acesso e especial. Esta pessoa nunca seria Especial, pois ganharia um ano o acesso e no ano seguinte seria rebaixada, e depois novamente, se bobear iria parar no grupo B ou C.


Um exemplo bom para ilustrar são os casos do Beto e do Robert.

O Beto foi campeão do sexto concurso, era estreante, se tivesse acesso, Ada teria sido no grupo de baixo e não do Especial. 

No caso do Robert, o Cerrado teria sido enredo do grupo de Acesso, ele teria subido de grupo e ido para o Especial. Só que na edição seguinte ele não participou, o que novamente teria voltado para o grupo de Acesso. Ele estaria agora como ioio, subindo e descendo e sem nenhum título. 



sexta-feira, 17 de março de 2017

SUPERCOPA - Jurado Marcos Maia

SUPERCOPA 
FRI- 69,2 (2)
MAN- 68,9 (4)
MAG – 69,1 (3)
CAS – 69,3 (1)
DOC – 67,6 (10)
IMP – 68,6 (7)
BON – 68,5 (8)
BAR – 68,9 (4)
UPM – 68,7 (6)
P&B – 68,5 (8)


FRIDA
Roteiro  (-0,5)
O autor ao descrever o abre-alas esqueceu de colocar as caveiras como importante elemento do culto aos mortos, e que poderia estar nesse altar para Frida; o autor reveza no Roteiro representações da vida de Frida, como a Casa Azul, com coisas mais gerais e brasileiras, o que dificulta um pouco o entendimento; não entendi o sentido do smartfone na ala 14; não há descrição de como a ala das Baianas representaria o amor; ala 18 e seu destaque estão descritos de modo semelhante, o que dificulta a ideia passada de diálogo entre artes diversas.
Tema (-0,1)
Ótimo tema,. Uma omissão que considero grande é a de não falar em seu romance com Trotsky. Senti falta de uma maior descrição da arte e das maiores obras de Frida. O último setor aparentemente faria isso, mas acabou sendo mais uma continuação do penúltimo, ou seja, representações da singularidade de Frida e de sua luta contra a “normalidade”.
Conj. Art (-0,2)
Um enredo muito interessante que poderia ser muito bonito realizado. Tiro 2 décimos justamente porque a arte, que é o supra-sumo da beleza no Carnaval, poderia ter sido melhor explorada.

MANCHETE
Argumento (-0,3)
Faltou citar as 2 apresentadoras mais famosas do Clube das Crianças: Xuxa e Angélica, já que citou outros apresentadores;  ao citar a cobertura , desde o início, das Diretas Já, o autor poderia ter feito um contraponto interessante à Globo, que só cobriu o movimento quando não era mais possível ignorar; o Documento Especial era basicamente um programa jornalístico mas de temas específicos, e não como um resumo de notícias.
Roteiro (-0,6)
Boa preocupação do autor em descrever as cores de fantasias e carros, apesar de em alguns casos ficar difícil imaginar tantas cores num só elemento, ou o contrário; não entendi os tatus como redatores, no abre-alas; na descrição das Baianas, o M na abertura-encerramento não “girava”, e sim “viajava” pelo Rio; começar um novo setor na ala 2, logo após as baianas, sem uma divisão clara, compromete um pouco o entendimento; representação dos Passistas com indumentária referente ao barroco de Xica da Silva é de difícil realização; carro 3 poderia ter um nome mais abrangente que remeter ao sucesso de Pantanal, já que também trazia lembranças de outros sucessos; descrições das fantasias das alas 25, 26 e 33 um pouco confusas, fugindo do padrão do Roteiro;
Tema (-0,1)
Um enredo em particular muito saudoso para os telespectadores daquela emissora e do Carnaval. Por isso mesmo, o décimo que retiro é por entender que o autor poderia passear mais pelos grandes desfiles cobertos pela emissora, e não focar somente no primeiro, com Mangueira e Portela.

MAGIA
Argumento (-0,2)
Aqui diz o autor que há dúvidas sobre se a matemática pode ser considerada um pilar. Mas principalmente no Roteiro, há explicações e alas ressaltando a importância fundamental de matemáticos. Sobre os “Asimov´s”, penso ser um pouco incongruente considera-los como apenas super-herois, sendo que a aplicação robótica para o mal é sempre considerada uma possibilidade constante em estórias de ficção.
Roteiro (-0,4)
Abre-alas: O que seria yatagarasu? Como o autor teve o cuidado de realçar explicações da sinopse para o Roteiro, poderia ter feito uma explicação disso também; na ala 19, estranhei dizer que “pode não ser possível recriar DNA de animais extintos”, sendo que pela estória do enredo, coisas muito mais difíceis são possíveis de serem feitas, tomando por base a ciência atual..ainda sobre a ala, a representação poderia ter algum elemento de animal, e não só DNA; na ala 20, não entendi o que coração e estrela têm a ver com o dilema do libre arbítrio.
Conj. Art (-0,3)
Um tema muito interessante e criativo, mas ao materializá-lo pra seguir no jargão científico-mágico) na avenida o autor lançou mão de cores e formas muito semelhantes ao longo do Roteiro, que diminuiu um pouco a vontade de vê-lo realizado.



CASTOR
Introdução (-0,1)
Soou meio forçado dizer que Castor “é um dos personagens mais controversos das últimas décadas no Brasil”, visto que ele já morreu há quase 20 anos, e falava-se muito mais nele naquela época, mesmo.
Argumento (-0,2)
“Transforma um esquadrão em campeão”, mas o Bangu em sua administração nunca chegou a um título.
Roteiro (-0,4)
Na descrição do Casal, faltou representar o malandro na roupa do MS, como representou a Justiça no caso da PB; algumas alas tiveram falta de unidade em relação à grande maioria, no sentido de que as representações dos figurinos não estavam tão bem esclarecidas e bem sacadas, p.ex: alas 16 , 18 e 22.


DOCES
Introdução (-0,3)
Repetições e erros de concordância. Ex: “coisas boas, algo bom; foi gerados doces..”
Argumento (-0,7)
Falta de iniciação maiúscula em obras (exmahabharata), grafia errada de lugar (Cicília), problemas de revisão “cobiço” em vez de cobiçado), o autor chega a escrever recuperação de “marimbondos”, em vez de moribundos; repetições desnecessárias(no nordeste brasileiro que a produção açucareira brasileira..); “estados” da Bahia e Pernambuco, não. Na época colonial eram províncias.
Roteiro (-1,0)
Batalha entre doce e amargo não costava da sinopse; na CF,  ele não diz o que representaria “ a sensação do amargo”, como fez com a de doce; mais incorreções gramaticais; haver uma ala com tripés do lado, e em vez de estar junto com o abre-alas, ter o casal de MSPB, promove uma quebra no que se imagina do visual do desfile; a cor do mel não é marrom, tá mais pra dourado, combinaria mais essa coloração no Casal; tripés da ala 4 com néctar? Não seria a ala 1?? No abre-alas “uma duas escadarias”? O que seria um semi-destaque? Falta de complementaridade nas descrições de algumas fantasias, como na ala 7; descrição confusa da ala 13; na ala 14, o autor diz que o pé-de-moleque foi criado no séc. XIV, então não poderia ser brasileiro..provavelmente quis dizer XVI. Mais uma confusão de falta de revisão e cuidado; na alegoria 4, a cozinheira mexendo com 3 talheres diferentes vários tachos de cobre fica difícil de representar; as crianças que haviam em alas no 4° setor combinariam mais com o 5°, que é infantil, além do que não necessariamente todos os doces desta parte são tipicamente só do gosto dessa faixa etária, exemplo do chiclete. Por outro lado, o próprio nome “pede moleque” já indica que este sim, era muito querido pelas crianças; ala do algodão doce com resplendor até a altura do joelho(??!); representação da ala da pipoca também muito confusa de realizar.
Tema (-0,2)
Um bom enredo, mas que ficaria melhor carnavalizado se representasse o doce subjetivamente falando também, como por exemplo “sensações doces”, como o amor, o beijo, o carinho, a fraternidade e coisas assim. De outro lado, o tom moralista dos perigos do doce ficou um pouco demais nesse tema, visto que é comum os mais alarmistas dizerem que o açúcar é um veneno tão grande como uma droga, e que nem se deve pensar em chegar perto de quaisquer das guloseimas descritas no enredo.
Conj. Art (-0,2)
Tema com grandes possibilidades artísticas, mas aqui em alguns casos as soluções de formas e cores ficaram repetitivas, ainda que o autor tenha tido a humildade de dizer que essa parte artística não seja sua especialidade, temos que julgar o que foi apresentado.

IMPERIO TUPINIQUIM
Introdução (-0,1)
Não é necessário dizer que o enredo tem pesquisa e detalhamento, numa justificativa.
Argumento (-0,8)
O autor ousadamente quis recriar um texto em primeira pessoa num documento do século XIX, mas pra isso o cuidado com o modo de escrita e a gramática precisam ser redobrados. “Deixamos para lá” teria ser serDEIXEMOS; “sob  a batuta”não necessitava ter entre parênteses “organização” logo depois; aspas em “maquinava” sem necessidade também; repetição de convite logo após convites; “sou uma mulher bem liberal para a época” faria mais sentido se ela escrevesse muito tempo depois, não na própria época; 5° parágrafo: “a Ilha foi construída”(??); “exibia..” o texto teria sido escrito na própria época, mas há esse esquecimento e o autor mais uma vez traz para o momento presente, escrevendo verbos no passado; falta de revisão de texto evidentes em falta de concordância , esquecimentos de letras, grafias erradas, etc; “provei de um tudo um pouco pra manter a silhueta”, aqui além de “um” estar repetido, que silhueta teria a Catarina, se comeu todos os doces? A primeira observação feita pelo autor tem informações interessantes e faria mais sentido vir  na própria sinopse, não numa nota à parte.


Roteiro (-0,3)
O autor exagera nos detalhes da comissão de frente, ainda que somente nela esteja presente a personagem fio-condutor do enredo; na 2ª ala de baianas, se dá o mesmo e na descrição dos demais elementos do Roteiro, em maior ou menor grau, na ala 39, o autor chega a esquecer a descrição da fantasia; após mais uma longa descrição do que seria a sua representação; na ala 22, a descrição nos faz imaginar muito mais detalhes ricos do que sua representação simples, de 2 filas de componentes carregando uma embarcação.
Tema (-0,1)
Um enredo rico em detalhes históricos, mas no desenvolvimento só se viu a personagem Catarina, central na sinopse, na  Comissão de Frente ( que por isso talvez teve tantos detalhes, pra englobar tantos fatos  ocorridos a ela no Argumento) e na última alegoria.

ESPELHOS
Título (-0,1)
Penso que ficou confuso, digamos “poético demais” para quem lê imaginar do que se trata o enredo.
Argumento (-0,3)
Apresentação da sinopse em poesia tem seu valor, mas o defeito de não deixar claro o que o enredo vai apresentar na maioria das vezes. Sendo que no final, ela muda de direção e explicita várias bonecas das quais vai tratar, ao contrário de todo o restante do texto.
Roteiro (-0,6)
No abre-alas, não entendi como tons de verde podem dar impressão de mágica; na ala 4 o significado mal tem a ver com a representação; o nome da fantasia da ala 15 deveria ter sido bonecos, não bonecas, já que representam os vodus; ala 19 vir com roupas formais passa pouco a ideia de pessoas famosas; na descrição da alegoria 5, entendi o significado da arte frutífera, mas nem todas as pessoas que lêem podem pegar o sentido, o autor poderia ter descrito seu significado no carro; a primeira fase da descrição da Ala das Crianças tá equivocada, primeiro por escrever histórias em vez de  estórias, mas principalmente porque diz que são personagens efêmeros, ou seja, passageiros, o contrário do que diz o restante do texto.
Tema (-0,2)
Belo tema , rico em possibilidades. Apenas senti falta de algo mais diretamente a ver com o título do enredo, ou seja, dos bonecos como representações das almas das pessoas. Isso ficou mesmo só na Comissão de Frente.
Conj. Artistico (-0,3)
O desconto aqui se dá porque o autor nas representações do desfile focou muito em cabeças e costeiros grandes, e aí perde um pouco pela riqueza de detalhes que o enredo possibilitaria ter feito mais, e em comparação com outros enredos neste concurso mais preocupados com esses detalhamentos.

BARÃO
Argumento (-0,2)
Em nível de curiosidade, a sinopse poderia informar a causa da morte do Barão; presença de algumas frases  com erros de coesão, repetições.
Roteiro (-0,6)
Caracterização dos guardiões do Casal como “ala” é duvidosa;; algumas fantasias e carros tem  caracterização insuficiente em  comparação com outras caracterizações; ala 10 “guerrilheiros” da tal guerra? O carro 4, como fênix, tá representando mais o setor seguinte, do 2° Carnaval, do que o 1°.
Conj. Artistico (-0,3)
A visualização do conjunto de desfile deste enredo ficou um pouco prejudicado porque determinadas soluções se mostraram repetitivas ou difíceis de imaginar suas representações. Ex: alas simbolizando “barracas”, repetições de estandartes, cores muito misturadas e sem o padrão de cuidado cromático que outros enredos tiveram.

UPM
Título (-0,1)
Um pouco grande, usando o batido recurso da rima.
Introdução (-0,2)
Informação desnecessária do que significa “curriculum vitae”; “és como um bom vinho” direciona o texto para a própria escola, pela pessoa empregada, e não pro leitor/julgador.
Argumento (-0,4)
Texto com imperfeições de pontuação, grafias; “uebe siti” ficou mal colocada a brincadeira, como se a escola não soubesse “falar” o básico de internetês. Excessivo o número de “risos”.
Roteiro (-0,3)
Na descrição da ala 6, um texto muito grande pra explicar o significado, com informações já passadas na sinopse, e apenas 3 linhas pra descrever a fantasia; mais presença de grafias equivocadas; o autor não descreve como o mestre de bateria representaria tantos outros mestres.
Tema (-0,3)
Os enredos campeões mereceriam melhor representação no desenvolvimento, em vez de ficarem todos aglutinados em somente uma ala , o que até dificulta sua realização;e um carro (nele simbolicamente, sem detalhes); o último setor, ao meu ver, ficou meio redundante , com elementos já vistos anteriormente e dedicando uma ala à internet, dizendo que a escola está bem conectada, sendo que ela não possui um site, como dito na sinopse.

PRETO E BRANCO
Introdução (-0,1)
O 2° parágrafo é um pouco confuso, sobre as impressões que o autor quer mostrar.
Argumento (-0,4)
Não ficou claro em que sentido a ciência considera o p&b importantes; num parágrafo seguinte, o autor faz contraposições entre o p&b, como o mal e o bem, mas no meio insere fantasmas como o branco, o que interfere na lógica do pensamento; o céu só fica preto se for de noite..quando vai chover, o céu fica cinza.
Roteiro (-0,5)
CF um pouco confusa e com termos científicos demais; na ala das baianas, não ficou claro de onde se veria o efeito de yin-yang, além da representação do desenho na saia; na ala 17, é difícil imaginar como uma ala coreografada apenas, poderia representar toda uma sala de estar; no carro 5 há uma mistura de elementos de outras partes do desfile e nenhuma clara do significado dos chocolates; ala 20 “preto no branco” tá desfocada do sentido geral do último setor, que é cultural, ficando melhor no setor anterior.
Tema (-0,3)
O autor descreveu a oposição e significados do p&b apenas do ponto de vista ocidental, e mesmo assim simplificado. Há países em que essas cores representam exatamente o oposto do sentido geral exposto no enredo.
Conj. Artístico (-0,2)
Entendendo a ousadia do autor em formular um desfile inteiro no p&b, mas artisticamente seria enfadonho imaginar um desfile totalmente monocromático dessa forma.



domingo, 12 de março de 2017

VOTAÇÃO AGORA! VOTE E DECIDA OS CLASSIFICADOS

  • Reveja os enredos e escolha os seus preferidos.

Basta enviar a sua classificação para abacateazul@yahoo.com.br

Também pode enviar voto no face por scrap: https://www.facebook.com/everton.beijaflor

A votação começa agora e vai até a 0h de hoje!

Enredo 1123 - Os tons de Zé*

Os tondZé*

Ficha Técnica

Escola de Samba Virtual Flor de Açucena

Logo Oficial


*Baseado no artigo de  Júlio de Mesquita Filho.








15 de Julho de 2015                                                         
  “Tradições e Emoções”
Preto, Rosa e Branco
Símbolo: Flor de Açucena
Presidente e Carnavalesco:
Genilson Santos (Genilsonsantos311@gmail.com)
Enredo: “Os Tons de Zé”











Setores: 05

Alegorias: 05

 Alas: 20

Componentes: 3.000

Comissão de Frente

“O bilhete premiado”

Baianas

“Nossa Senhora da Purificação dos Campos de Irará”

Bateria

“Serviço de Alto Falantes de Irará”

Infantil

”O abacaxi de Irará”

Passistas
”Augusta, Angélica e Consolação”




Samba Enredo

Vem Açucena, me faz sonhar
Pela Tropicália, passear!
Viva a Bahia!
A poesia, o que vier
São vários tons de Tom Zé!


Tirei a sorte grande
Poder lhe homenagear
Misturando “Os Sertões”
Em um oásis de sensações
Vem festejar!
O meu bilhete premiado está
Lá, em Irará
Viva em preto e rosa a sua fama!
Miscigenada cultura baiana!

Lá vou eu, vem também
A Tropicália começou
“Senhor Cidadão", me tira do chão,
“Augusta, Angélica e Consolação”!


Sumiu...
Acabou seu show!
Ressurgiu...
O mundo aclamou!
Eis a inovação
Oitenta anos de tradição,
Cinqüenta de canção
Original campeão!
Gênio, sem modéstia
Nesse bailado faz a festa,
No carnaval, samba no pé
São vários tons de Tom Zé!

 

Introdão


Bahia…
Terra mãe do Brasil!
“Os filhos desse solo és mãe gentil”.
Bahia de todos os santos e cantos…
Terra de Gil, Caetano, Durval, Raul, Pitty, Claudia, Dodô, Osmar, Armandinho, Dorival, Bethânia, Ivete, Gal, Daniela e Brown… A lista é grande, fazendo jus ao ditado popular: “Baiano não nasce, estréia”…
A Flor de Açucena, orgulhosamente, vem homenagear um tom a mais da cultura popular. Um Zé dentre vários…
A Açucena, respeitando seu lema “Tradições e Emoções”, vem homenageando em seu Enredo o sertão, o recôncavo, a Bahia, a Tropicália, a Música Popular Brasileira e a originalidade única de um cantor, compositor, arranjador, escritor, poeta e singular artista brasileiro. Vem ai vários “causos” para lhes contar…

Conheçam “Os tons de Zé”.
Com toda honra: Tom Zé!


      http://tellesdesign.com/arte-nacional/#jp-carousel-1809

 

 

 

Sipse


Dó, ré, mi, zé…
Fá, Sol, lá na Bahia…
Homem, cabra da peste, pois é!
Ria, da vida, sorria.
Sorte sua,
Vê a Bahia nua…
A partilha, por acaso, Seu Everton ajudou
O bilhete premiado comprou
Cada caso é um causo;
E por acaso, Dona Helena encontrou
Melhorou de condições, melhorou!
Fez-se, então, sua loja de tecidos
O primeiro trabalho do seu filho,
Futuro cantor…

Na Feira da Mandioca, todos comemoram com felicidade
Nas ruas, belas ruas, escutam os cantantes
Nos elegantes alto falantes da cidade

Na luta por um dia melhor
Lavadeiras e Aguadeiros não estão sós!
Lutar pelo que é seu
Viver cada dia um novo dia
“Pescar de Jejeré” é poesia
Viva a música popular da Bahia!

Maria Bago-Mole, Mole Bago encantou
Quem é o louco que fala de loucos e não de amor?
A festa da padroeira,
De primeira,
Alegra a cidade
Miscigenada cultura baiana
Em Irará, quem festeja dança
No ritmo da “25”, canta
Um tom a mais para aquela criança!

Homem feito
Agora com seu jeito
É tropicália!
Com seus preceitos
Idealista desse jeito
É o fio da navalha…

Sua Rampa para o fracasso
É, por acaso, uma beleza!
A Bossa é nova quando a velha bossa é nova
Trás Gil, Caetano, Betâhania, Gal e sua festa na roça
Arena canta Bahia
Em verso e prosa

A beleza da poesia
Cantando a MPB
Um Festival á conhecer
Uma luz, uma magia…
Viva “São, São Paulo”; sua nova Bahia!

O Tom achado se perde
O perdido acontece
Estudando o Samba
A boemia desencanta
Mas, quem te viu
Quem te vê
Deixa a flor florescer!
Viva a música popular, um belo cenário, para se aprender

Enfim, a inovação é o melhor caminho,
Quando se tem fé, não está sozinho!
A festa começa logo depois que o jogo termina
Mas o Tom da coragem faz acontecer
Lá vem o gringo, com um jeito tímido
Feliz o dia em que viram a ousadia vencer!

E a luz do sucesso atravessa fronteiras
Vamos comemorar e fazer valer!
Estudando o Brasil pelo mundo, chegou sua hora de aparecer!

“Tô te explicando para te confundir”
Mas o lema é esse
Com assopros e cortes ele faz surgir
Uma música popular para se gostar, ganhar interesse

Bailando com o Grupo Corpo
Xique Xique de doer
De pouco em pouco
Feito louco
Está pós graduado em aprender
Estudando o Samba, a Bossa, o Pagode, a Tropicália
É tempo de se fazer!
Oitenta anos de tradição
Cinqüenta de canção
Varias faces desse genial ser!

Seja lá em Irará, em Salvador
Seja em São Paulo ou no exterior
Se tem samba no pé, “avexe” não “sinhô”!

O outro Tom merece toda homenagem
Passeando pela cultura baiana, nordestina, brasileira e suas paisagens
E hoje é só comemorar
Viva Tom Zé e a sua música pra lá de popular!
                 Carnavalesco: Genilson Santos


                                     
                                                                                                                       André Conti/Divulgação

Roteiro


Setor 01:
“O Tom da sorte”

Após a partilha de uma herança, Seu Everton compra um bilhete premiado e, para sua sorte, este era o passaporte para sua ascensão social; conhece Dona Helena se apaixona e nasce Toin Zé (Antônio José). Com esse dinheiro, Seu Everton abre uma loja de tecidos que apresentou o mundo sertanejo para Tom Zé.

Comissão de Frente:
“O bilhete premiado”

No final da longínqua década de 1920, “Seu Everton” (Pai de Tom Zé, que ainda não havia nascido) recebe parte de uma herança, mas que, por possuir tantos “parentes”, que apareceram reivindicando o parentesco, acabou sobrando apenas poucas moedas de libra esterlina. Neste mesmo dia da partilha, “Seu Everton” se deparou com um vendedor de bilhetes da Loteria Federal que insistiu em trocar suas libras pela sua centena, 0549. Por ironia do destino, esta era a centena premiada e Seu Everton recebeu então uma grande quantia, que o elevou socialmente.

A Comissão de Frente vai trazer para avenida esse momento de sorte que influenciou diretamente a vida de Tom Zé.
A Comissão de Frente será composta por 10 pessoas. Na primeira parte da coreografia cinco destes componentes estarão representando a partilha da herança (Um deles será Seu Everton). Depois da partilha, outros cinco participantes da Comissão de Frente saem do elemento Alegórico, que representará uma lotérica, quatro dessas cinco pessoas serão os números premiados (0549) o outro será o vendedor do bilhete premiado. No fim da apresentação Seu Everton irá ganhar o grande prêmio e trocará sua roupa, que será de pano nos tons marrom/cinza, por um elegante terno preto com detalhes rosa.

Tripé 01:
"Lotérica"

O tripé representa a lotérica, na qual, o pai de Tom Zé ganhou todo dinheiro com seu brilhete premiado comprado logo após a partilha da herança.

O tripé representará, fielmente, uma lotérica dos anos 20.

I Casal
Mestre Sala e Porta bandeira:
“Seu Everton” e “Dona Helena”

Após elevar-se socialmente, o pai de Tom Zé, Seu Everton, tirou a sorte grande (Mais uma) e encontrou com Dona Helena, uma das mais belas moças de Irará, e se apaixonou pela futura mãe de Tom Zé.

“Seu Everton” e “Dona Helena”, pais de Tom Zé, se encontram nesse contexto de sorte e amor lá no interior da Bahia.
A Porta Bandeira será “Dona Helena” com uma fantasia delicada, nos tons branco/beje, com detalhes de renda e que lembre a década de 1920.
O Mestre Sala será “Seu Everton”, também com uma fantasia que remete a década de 1920, em tons preto/branco, que lembre, também, um terno.

Guardiões
“O amor e a sorte”

Os guardiões representam o amor e a sorte, o destino. Todos os acontecimentos que antecederam a união de Seu Everton e Dona Helena (A partilha da herança, o bilhete premiado, os números sorteados...).

Fantasias lisas e verdes (Representando o cabo da flor) e no pescoço haverá as quatro folhas do trevo (Símbolo de sorte), sendo que serão no formato de coração e duas delas serão vermelhas.


Abre Alas
“A loja e os tabaréus”

Com o dinheiro ganho com o premiado bilhete “Seu Everton” abre em Irará uma loja de tecidos, loja essa, que foi o primeiro trabalho do jovem Antônio José (Tom Zé).
Nessa loja, Tom Zé tem os primeiros contatos com os sertanejos, ou melhor, os “tabaréus”, assim chamados na região de sua cidadezinha.
Tom Zé presta muita atenção na vestimenta, nas palavras e no cotidiano daquelas pessoas tão próximas e que no futuro seria melhor entendida após ler o livro “Os Sertões” de Euclides da Cunha, como o próprio Tom Zé afirma em seu livro Tropicalista Lenta Luta (2003):

{...} Mas lá vou eu saltando, até chegar em “O Homem”. Aí, foi uma coisa! No balcão da loja, eu lidava com aquela criatura. E não podia pensar que ia ver uma descrição de
algo que estava tão perto de mim [...] De súbito, em certo ponto, comecei a desconfiar. Já deu aquela tremedeira nas pernas, não é? “Está falando de uma coisa que eu conheço.” Também não sentia isso só pela escrita, mas pelo cheiro das palavras (ZÉ, 2003, p. 259).

Na parte detrás da alegoria estará representada a sacada da loja de tecidos de Seu Everton e o destaque da mesma será um menino representando Tom Zé quando criança encantado com os jegues e os “tabaréus”. De frente para a loja estará alguns jegues, alegóricos, com sertanejos em cima, algumas plantas típicas de Irará, além do chão batido de terra do sertão que também estará presente por toda alegoria. A tradicional Flor de Açucena virá branca (Com alguns detalhes em rosa) logo na frente da alegoria.

http://doc-expoe.com.br/fiquepordentro.asp?id=1633

Setor 02:
“O Tom do sertão”

Irará - Bahia, cidade localizada no limite entre o rico Recôncavo Baiano (Terra do samba de roda, da farinha de mandioca, de Dona Canô e seus filhos: Bethânia e Caetano…) e o Sertão Baiano (Terra de Lampião e Maria Bonita, do Xaxado, forró, xote, baião, de Canudos e Euclides da Cunha em “Os sertões”...) e nesse rico território Tom Zé conhece a mais radical das músicas, a tradição oral dos festejos Iraraense, dos Alto-Falantes da cidade que, de acordo com o próprio Tom, era uma típica cidade medieval digna dos livros de história.


Ala 01
“Feira da Mandioca”

A Feira da Mandioca é evento anual na cidade de Irará onde há um concurso de mandiocas e também são mostradas novidades sobre produtos e técnicas agrícolas, maquinários, e são vendidos beijus e receitas à base de mandioca. A festa se fez presente durante toda vida de Tom Zé em Irará e ainda é um importante traço da cultura iraraense.

Fantasias em tons de marrom (Cor da mandioca) e branco. Estarão desenhadas nas fantasias algumas mandiocas e nos ombros replicas de beijus pendurados. As calças serão em forma de balão, assim como a manga das blusas.

Ala 02 - Bateria
“Serviço de Alto-Falantes de Irará”

Uma das influências musicais de Tom Zé proporcionadas por sua cidade natal, foi o Serviço de Alto-Falantes de Irará – BA, pois foi neste sistema que o músico ouviu pela primeira vez, artistas como Luiz Gonzaga, em seu Baião, gravado em 1946 além de outros artistas do período.

A Bateria estará representando “Luiz Gonzaga” e o seu auge nos anos 40/50. Vestidos de Luiz Gonzaga representando o Rei do Baião que fazia grande sucesso durante a infância de Tom Zé. Alguns instrumentos farão referência aos Auto-Falantes de Irará/BA além do uso de sanfona e pandeiros homenageando Gonzagão.
A fantasia será a representação de Gonzagão com o típico chapéu do rei do baião e roupas em couro além do lenço vermelho no pescoço.

http://desmanipulador.blogspot.com.br/2012/12/biografia-luiz-gonzaga.html

Ala 03
“Lavadeiras e Aguadeiros”

Outro episódio que influenciou diretamente a carreira musical de Tom Zé foram as canções das lavadeiras e aguadeiros de Irará, os quais, eram pessoas que traziam a água potável das fontes para as casas na cidade. Em Irará, os aguadeiros retiravam a água da Fonte Nação, e levavam-na para a cidade, com o auxílio de animais de carga, para ser vendida. Por sua vez, há um hábito tradicional em várias regiões do Brasil, como Bahia, de mulheres cantarem coletivamente durante o ato de lavar roupas em rios ou fontes d’água, Tom Zé comenta também em seu livro Tropicalista Lenta Luta (2003):

{...}Era assim: à esquerda, a nascente da fonte, uma parte calçada onde os aguadeiros
enchiam os barris. Como toda a roupa de Irará era também lavada aí, já na parte calçada algumas lavadeiras se misturavam aos aguadeiros, apanhando o líquido
potável. À direita, havia um grande e extenso terreno gramado, verde e brilhante à luz do sol, onde estavam estendidas, numa imensa colcha de retalhos, roupas de todos os tamanhos e cores [...] Então eu ouvi: todas as lavadeiras e os aguadeiros cantavam uma incelência, com aquela voz fanhosa, aguda, nua, de muitas dores. E eu, criança, desprevenido, desprovido da intercessão de nomes, que nos adultos alivia o choque, fiquei ali, atingido pelo raio, paralisado na trovoada de minha primeira emoção estética (ZÉ, 2003, p. 101).

As representantes das Lavadeiras estarão com trouxas de roupas na cabeça enquanto os aguadeiros estarão com baldes d’água nos jegues, feitos de vime com pés de espumas representando os pés dos aguadeiros, pois os aguadeiros estarão dentro da fantasia de jegue da cintura para baixo. (Obviamente, tanto as bacias quanto os baldes estarão com um peso considerável para não atrapalhar a evolução).

                                               http://www.ruralea.com/profissoes-de-antigamente-as-lavadeiras/

Tripé
“O Rio Paramirim”

Passeando pela Geografia de Irará, o segundo elemento alegórico representará o rio Paramirim que banha Irará e que é a fonte de renda de vários habitantes, como por exemplo as lavadeiras e os pescadores.

O Tripé será um pouco comprido representando o Rio que estará no centro das Alas 03 e 04 dividindo-as em duas partes: direita e esquerda. O elemento alegórico terá água retirada diretamente do rio que tem sua foz no Rio São Francisco, nos lados do tripé terá uma espécie de capim que estará presente em todo elemento alegórico, de ponta a ponta.

Ala 04
“Não quero outra vida, pescando no rio de Jereré...”

Aos 17 anos de idade, Tom Zé possuía um amigo chamado Renato, que contou ao artista que estava abandonando a flauta como instrumento para dedicar-se ao violão, defendendo que este soava muito melhor. Neste dia, Tom Zé estava no jardim da cidade em busca de estabelecer algum contato com as meninas do município, no entanto,
sabia que deveria dar atenção ao seu amigo, foi quando Renato começou a tocar:

“Não quero outra vida, pescando no rio de Jereré...”
No “de Jereré” a melodia faz dó, si, dó, ré; e o violão fazia dó, si, lá, sol. Contraponto de primeiro grau.
Esse contraponto do primeiro grau, nota contra nota começando até com oitavas paralelas, se não me engano, esse contraponto me impressionou tanto que o mundo escureceu, as meninas
desapareceram, naquela hora tudo girou [...] Meu apocalipse foi ali [...] E no outro dia eu estava atrás de violão. Desse dia em diante nunca mais deixei de ficar atrás de música (ZÉ, 2003, p. 263).

Renato que foi homenageado por Tom Zé na música Irará Iralá.

Ala representará, além da música que fez Tom Zé se interessar pelo violão, os pescadores de jereré lá de Irará. Todos com fantasias de pescadores com jererés nas costas, sendo que o elemento alegórico “Rio Paramirim” estará no centro da ala.
Jereré é uma armação, de formato cônico, feito de trança de bambu, cipó ou metal, no interior do qual se coloca isca para atrair os
peixes. Tem armação pequena, invertida na boca do mesmo para impedir que os peixes retornem.

Ala 05 - Baianas
“Nossa Senhora da
Purificação dos Campos de Irará”

A Festa do Cruzeiro ocorre no dia 2 de fevereiro, com o intuito de homenagear Nossa Senhora da Purificação dos Campos de Irará, padroeira da cidade, a celebração reúne quase todos os habitantes da cidade como uma forte marca: a tradição Oral, que não deixaram de ser importantes influências para a formação musical e cultural de Tom Zé.

As Baianas representam a santa padroeira de Irará.
Com a fantasia baseada nas vestimentas da santa com a imagem da mesma no pano de costas e com detalhes em renda/babados além dos traços Medievais, pois Tom Zé afirma que Irará, durante sua infância, era uma cidade digna de uma cidade Antiga pois sua distância para Salvador naquela época, por falta de transportes rápidos, era muito grande.


Alegoria 02
“A festa do Cruzeiro e Maria Bago-Mole”

Guilherme se requebra
Rufino bota pó
Euclides Morde o braço
Das Dores fala só
João Régis diz que é vi é don e é ado
Germino Curador por Dalva foi surrado
Lucinda sobe e desce
Tiririca bole-bole
mas todos passam bem com Maria Bago Mole
Maria Bago, Maria Bago, Maria Bago
Bago, Bago, Bago, Bago, Bago Mole

Rufino e Guilherme eram homossexuais rivais. O primeiro trabalhou na casa do Padre. Doceiro e
vaidoso, era conhecido pela frase: “você só me ganha no ruge e no pó, mas no remeilei-xo-ó-xó, duvide-ó-dó”. O outro trabalhava nos serviços gerais na casa de Everton Martins, pai de Tom Zé, estando sóbrio não admitia ser chamado de “viado”, mas depois de beber “soltava as frangas”. Das Dores falava só e cumprimentava a todos com um “Deus lhe sante!”. João Redondo completava as frases quando alguém o chamava: “João Ré...”, ou “João Vi...” ele terminava a palavra com: “...dondo” ou “... ado”. Euclides andava calmamente pelas ruas vestido quase a rigor, mas quando chamado de “Badaró” pelos meninos, sentia tanta raiva que mordia os próprios braços. Tiririca, Germínio Curador e Maria Bago Mole, só se encaixam na canção sobre o efeito do álcool.

 “Oratório de Nossa Senhora da Purificação (Detalhe)”, 1966. Irará, Bahia. Fonte: http://blogdafeira.com.br/home/?p=3485

Tom Zé começou, então, a se dedicar a canções que
estavam mais próximas de sua realidade, e, sendo assim, da realidade de seus conterrâneos, inserindo em suas letras personagens conhecidos da cidade de Irará. Por exemplo, a canção “Maria Bago-Mole”, composta por Tom Zé, em parceria com Dega de Bráulio e Deraldo Miranda, que era uma espécie de homenagem-irônica à Dona Maria de Irará – e aos doidos da cidade –, que, de acordo com Tom Zé, era uma “senhora pacata e respeitável, era, predestinada e dadivosa, a primeira experiência oficial para todo rapaz de família em Irará.”
Em uma das festas do Cruzeiro, mais precisamente no ano de 1959, a música de Tom Zé foi cantada por todos os moradores da cidade.
Neste dia, como rege a tradição iraraense, estava sendo realizada a Missa do Cruzeiro. A celebração ocorria pela manhã, porém o pessoal ficava no Cruzeiro até o final da tarde.
Havia barracas com comidas e bebidas, leilão de gado em benefício da festa da padroeira e a banda da Sociedade Lítero-Musical 25 de Dezembro animava os intervalos.

“Para as crianças, quebra-queixo, amendoim cozido, pirulito de cocada. Flertes, namoricos, os fazendeiros arrematando gado, padre paroquiando. E um sol  de lascar” (ZÉ, 2003, p. 60).

Irará: Festejos de Irará termina com o arrastão do Cruzeiro ao centro de Irará


Alegoria bem movimentada representa a mais aguardada festa da cidade de Irará. No fundo da alegoria estará a parte a fachada da Igreja de Nossa Senhora da Purificação dos Campos de Irará, por toda alegoria estará os doidos citados na música de Tom Zé, algumas cabeças de gado expostas representando os leilões, nos dois lados haverá barracas de comidas e bebidas típicas do Recôncavo/Sertão Baiano, e um espaço com as crianças, numa parte mais alta, vestidas de guloseimas.

Setor 03:
“O Tom da Tropicália”

Tom Zé vai estudar em Salvador, volta para Irará por um curto tempo e começa estudar música na UFBA (Universidade Federal da Bahia). Começa trabalhar no Centro Popular de Cultura, se apresenta na TV Itapoã, afiliada do Record em Salvador, com a música “Rampa para o fracasso”, conhece Caetano, Gal, Gil e Bethânia; participa de espetáculos com esses geniais cantores baianos e em São Paulo, além de participar de novos projetos musicais, vence o IV Concurso de Musica Popular Brasileira com a música “São, São Paulo, meu amor” e ainda conseguiu, junto com Rita Lee, ficar entre as primeiras posições do mesmo concurso com a música “2001”. Por fim, participa da gravação do disco que deu início, ou oficializou, o movimento chamado Tropicália.

https://soundsoftheuniverse.com/sjr/product/tropicalia-a-brazilian-revolution-in-sound

Ala 06
“Ideais Vermelhos”

Tom Zé possuía uma família esquerdista em Irará e seu tio Fernando Santana era um líder comunista em Salvador. Essas influências repercutiram anos mais tarde no ingresso do artista no Centro Popular de Cultura de Salvador, o CPC, em 1962. A influência foi bastante no seu modo de pensar e nas suas relações sociais, pois, por intermédio do seu tio, Tom Zé assumiu o cargo de diretor de música do CPC, sendo assalariado do Partido Comunista.

“Graças a Nemésio Salles, fui contratado por trinta cruzeiros mensais para trabalhar com o poeta José Carlos Capinam e dirigir o Departamento de Música do CPC” (ZÉ, 2003, p. 49).

Todos da ala estarão com grandes bandeiras vermelhas (Sem nenhum tipo Slogan ou mensagem que lembre qualquer partido). Todos estarão de vermelho e branco, roupas simples de pano que lembrem um pequeno protesto em plena ditadura militar.

Ala 07
“Rampa para o fracasso”

Em sua primeira apresentação na televisão, em Salvador, 1960, a preocupação de Tom Zé com a performance começa a aparecer. Para sua apresentação na TV Itapoã (Em Salvador), o tropicalista baseou-se no homem da mala, ou caixeiro viajante, personagem das cidades do interior que transforma a praça em palco e o público em platéia para vender seus produtos. Quando Tom Zé preparou seu terno com diversos adereços, em que cada objeto possuía um significado condizente com as principais notícias da época, seu intuito era de abordar diversas questões sociais, políticas e econômicas. Tom Zé ainda utilizou o sarcasmo como crítica, a partir do título de sua canção, Rampa para o fracasso, que remetia à rampa do Planalto Central de Brasília, em um
programa de TV cujo nome era Escada para o Sucesso. Esta acidez do compositor se manifesta até os dias atuais em suas letras e em suas atuações, no intuito de gerar críticas ou reflexões do público e de incomodar.

Fantasiados de homem da mala (Caixeiro Viajante). Com malas nas mãos, rostos pintados de branco e roupas de couro para lembrar não só o sertão baiano, mas todo interior do país.


Ala 09
“Arena Canta Bahia”

Em 1965, Tom Zé participa do musical Arena Canta Bahia, que inclui, dentre as musicas, a sua composição: Cachorro do Inglês (com Chico Assis), apresentado em São Paulo com direção de Augusto Boal. O elenco conta com alguns artistas baianos conhecidos de Tom Zé, como Caetano Veloso e Gilberto Gil. Com estes e outros músicos e poetas, ele integra o movimento tropicalista.



Fazendo referência, ao pé da letra, ao título da música de Tom Zé, as fantasias serão de cachorros com uma coleira nos tons de azul e vermelho representando o inglês dono do cachorro. As fantasias (Dos Cachorros) serão pretas, rosas e brancas.

Ala 10
“Nova Bossa
Velha, Velha Bossa Nova”

“Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova" tinha a intenção de ser um show didático, e tentava inserir o grupo baiano num plano histórico que passava pelo passado musical da MPB, pela renovação da Bossa Nova e por sua continuação, representada por eles mesmos, que se consideravam descendentes diretos do movimento liderado por Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto. Na primeira parte do show estavam grandes clássicos do passado da MPB, e na segunda parte canções que refletem a transição para a Bossa Nova e seu auge como movimento, representada pela inclusão de "Chega de saudade" no repertório. Interessante notar que na parte que reflete a modernização da MPB estão duas músicas de Dorival Caymmi, um compositor, que pelo menos cronologicamente, pertencia à fase anterior da MPB, mostrando a percepção do grupo para a modernidade do trabalho de Caymmi.

Para concretizar a idéia de uma Nova Bossa Nova as fantasias serão em tons de azul. A parte da frente um tom bem leve e a parte de trás um azul mais forte e chamativo com adereço nas costas feito com penas azuis com linhas pretas. Essa diferença ma cor na fantasia é para representar a Bossa Nova antiga e a nova Bossa que os cantores do espetáculo pregavam. A fantasia será toda lisa na parte da frente deixando o enfoque apenas nos babados e penas na parte detrás e a diferença entre os tons de azul. Serão macacões que cobrirá, também, a cabeça e os rostos estarão pintados de azul.

Ala 10
“Tropicália panis et circenses”

Retocai o céu de anil
Bandeirolas no cordão
Grande festa em toda a nação.
Despertai com orações
O avanço industrial
Vem trazer nossa redenção.
Tem garotas-propaganda
Aeromoças e ternura no cartaz,
Basta olhar na parede,
Minha alegria
Num instante se refaz
Pois temos o sorriso engarrafado
Já vem pronto e tabelado
É somente requentar
[...]
Porque é made, made, made, made in Brazil
[...]
Vem trazer nossa redenção.
A revista moralista
Traz uma lista dos pecados da vedete
E tem jornal popular que
Nunca se espreme
Porque pode derramar.
É um banco de sangue encadernado
Já vem pronto e tabelado,
É somente folhear e usar,
É somente folhear e usar.

Parque Industrial ou Made in Brazil é a música cantada, ou por que não defendida, por Tom Zé no disco que oficializou o movimento tropicalista. A canção retrata um Brasil alienado, dominado pela industrialização estrangeira e sem nenhum movimento natural do país que se mostra muito rico etnicamente e socialmente além de retratar o período conservador da ditadura militar.

A fantasia representa a mistura brasileira descrita na música. Toda na cor azul anil, tem nos ombros pequenas bandeirolas coloridas, nas cabeças um adereço com miniaturas de vedetes em poses sensuais. Do ombro para baixo toda em azul anil (Como já dito acima) com vários babados que vão do busto aos pés.



Alegoria III:
“IV Festival de Música Popular Brasileira”

São, São Paulo quanta dor
São, São Paulo meu amor
São oito milhões de habitantes
De todo canto em ação
Que se agridem cortesmente
Morrendo a todo vapor
E amando com todo ódio
Se odeiam com todo amor
São oito milhões de habitantes
Aglomerada solidão
Por mil chaminés e carros
Caseados à prestação
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo quanta dor
São, São Paulo meu amor
Salvai-nos por caridade
Pecadoras invadiram
Todo centro da cidade
Armadas de rouge e batom
Dando vivas ao bom humor
Num atentado contra o pudor
A família protegida
Um palavrão reprimido
Um pregador que condena
Uma bomba por quinzena
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo quanta dor
São, São Paulo meu amor
Santo Antonio foi demitido
Dos Ministros de cupido
Armados da eletrônica
Casam pela TV
Crescem flores de concreto
Céu aberto ninguém vê
Em Brasília é veraneio
No Rio é banho de mar
O país todo de férias
Aqui é só trabalhar
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo quanta dor
São, São Paulo meu amor

Em 10 de Dezembro 1968, Tom Zé foi premiado no Festival da TV Record com a música “São, São Paulo, meu amor” e colocou “2001”, composição em parceria com Rita Lee, em quarto lugar no mesmo evento. Com uma coroa de papel prateado na cabeça assustado, meio desorientado, ele olha para os refletores, para as câmeras da TV Record, para a fama. Acaba de ganhar o primeiro lugar no IV Festival da Música Popular Brasileira com a música São, São Paulo .
A única reação do cantor é dizer, repetidamente:
“Estou com saudade da minha mãe”.

A Alegoria será baseada na canção de Tom Zé, campeã deste festival. Haverá sinais de trânsito, mais ou menos cinco carros e muita fumaça (Que sairá dos lados da alegoria) além de pessoas em bancos de praça, um jardim (Logo na frente) com flores de concreto e por toda a alegoria imagens de alguns prédios. No fundo haverá uma réplica do palco de 1968 e o destaque será Rita Lee, que se destacou no festival por causa da música “2001” em parceria com Tom Zé, ao lado de Lee estará  um ator, também como destaque, representando Tom Zé.





Setor 04:
“O Tom da Ousadia e da Inovação”

Tom Zé, agora tropicalista, usa e abusa de sua criatividade (Talvez em outras palavras: genialidade) em seus discos na década de 70, cria novos sons, critica o golpe militar, homenageia vozes do período e sua cidade natal, Irará - BA, porém, cai no ostracismo por longos e duros anos de sua vida. Enquanto outros cantores da tropicália colhem os frutos do movimento, Tom Zé, apagado da grande mídia, continua com suas criações, agora, apenas para si e se afunda em suas próprias criações sendo reconhecido muitos anos depois por causa dessas mesmas criações (Ousadas e inovadoras) voltando a mídia, agora além do Brasil Tom Zé é mundialmente reconhecido. O Tom do Brasil!




Ala 11 - Infantil
“O abacaxi de Irará”
Minha terra é boa,
plantando dá
o famoso abacaxi de Irará.
Minha terra é boa,
plantando dá
o famoso abacaxi de Irará.
Moça emperrada namora
e o noivo não quer casar
se apega ao bom Santo Antônio
e o noivo este ano ainda vai pensar...
Falou véio
dá um chá de abacaxi
de Irará
que é pro noivo se animar.
Minha terra é boa
plantando dá
o famoso abacaxi de Irará.
Véio viúvo com setenta anos
ainda quer casar
Pergunto pra ele o segredo
e peço pra me contar.
Falou o veio:
Vá comendo abacaxi
de Irará
que você vai se animar

Esta música além de homenagear a cidade natal de Tom Zé, Irará - BA, cita e descreve o famoso abacaxi que "anima" a população da cidade.

Como símbolo de fertilidade, as crianças estarão vestidas com um macacão amarelo e com um adereço na cabeça no formato de abacaxi.



Ala 12
“Senhor Cidadão”

A canção “Senhor Cidadão”, é introduzida com o poema Cidade, City, Cité do poeta concreto paulista Augusto de Campos, sendo declamada pelo próprio autor. A música soa como uma oração e profere críticas sociais associadas às tradições e à crueldade humana.
Apesar de esta letra não possuir um caráter que possa ser associada à poesia concreta, já se nota um interesse do autor nas propostas destes poetas, através da inserção do poema no início da música.

A Ala representa sertanejos e retirantes indignados com a política e a desigualdade no país, expressa na música. Fantasias simples, em vários tons de marrom, chapéu de palha, para os homens e panos na cabeça das mulheres que estarão também com saias longas.

Ala 13 - Passistas
 “Augusta, Angélica e Consolação”

A canção “Augusta, Angélica e Consolação” é uma homenagem de Tom Zé, à cidade de São Paulo e ao sambista Adoniram Barbosa (Sua inspiração nos tempos de Irará e dos Alto-Falantes). Composta no formato das obras de Adoniram, o samba personifica essas três ruas da capital paulista, ascendendo-as à condição de mulher, sendo que, cada uma dessas mulheres assumia as características das ruas citadas. Esta obra se encontra, ainda atualmente, bastante presente nos repertórios do artista.

As passistas representam as Augustas, Angélicas e Consolações do Brasil.
Representam mulheres elegantes, com riqueza de detalhes em suas fantasias como o uso de bastantes pedras similares a diamantes além dos adereços na cabeça nas cores branco/rosa.

Ala 14
“Ostracismo”

A história da antiestrela, que agora brilhava, mas brilhava apenas para poucos; quietinha, quase
apagada. Tom Zé adotou São Paulo como sua filha. Enquanto seus companheiros ganhavam o mundo, ele ficava espiando a cidade da janela do seu apartamento, trabalhando artesanalmente, fazendo sons desconcertantes com serrotes, enceradeiras e liquidificadores. Um show aqui, outro ali, e nada mais.

As fantasias representam todos os objetos usados por Tom Zé nos seus experimentos, sons esses que lhe apresentou para o mundo. Com capas, capacetes (Preto, rosa e branco) e martelos nas mãos.



Ala 15
“Nave Maria”

O tropicalista Tom Zé entrou na lista das 200 melhores músicas dos anos 1980 do site americano "Pitchfork", especializado em música. "Nave Maria", de 1984, ficou em 199º lugar - vencendo Egyptian Lover, com sua "I Cry (Night After Night)".
Em seu argumento, o Pitchfork menciona a importância da Tropicália - - que "casou sons exuberantes e tradicionais do Brasil com uma postura rock'n'roll", traduzindo a "violência política e a inquietação social dos anos 1960". Tom Zé caiu no experimentalismo e, em 1984, lançou um revelador opus elétrico chamado Nave Maria.
“O disco encalhou, e ele, chateado e falido demais para continuar, até pensou em trabalhar no posto de gasolina de seu irmão”, escreve Jazz Monroe, que assina o texto.
Monroe conclui sua crítica dizendo que "qualquer um que ficar embasbacado não precisa traduzir a letra, que são puro dadaísmo, um orgasmo invertido", escreve. Tom Zé é o único brasileiro na lista da "Pitchfork", liderada por Prince, com "Purple Rain" (1984).
Em segundo lugar, "Wanna Be Startin' Something", do album "Thriller", de Michael Jackson (1983).

Fantasias de Maria, mãe de Jesus, com um boneco nas mãos, representando o filho de Maria. Fantasias em tons prata, branco e cinza representando a “nave” pela qual o menino citado na música nasceu. Nas costas, das fantasias, haverá um grande desenho de Maria em rosa e preto.

Alegoria IV
“Estudando o samba pelo mundo”

Nos primeiros vinte anos de carreira, Tom Zé gravou sete discos. No segundo álbum, apesar de grandes músicas, apenas Jeitinho dela chegou a tocar nas rádios. Mesmo longe das rádios, o baiano de Irará continuou compondo, criando uma obra de grande importância para sua carreira: Estudando o Samba. Além disso, criou versos ou até poemas de amor. Tom Zé continuou experimentando.
No disco Estudando o Samba, de 1976, ele dá um banho de criatividade, com músicas de nomes bem curtinhos: Mã , Toc, Tô, Ui!, Dói, Só, Se e Hein?
Um dia, David Byrne, vocalista dos Talking Heads, veio ao Brasil e por acaso levou para a América do Norte o disco de vinil Estudando o Samba, que só foi escutar no inverno de Nova York. Ouviu uma, duas, três vezes...

Tom Zé conquistou o mundo, ganhou as páginas do The New York Times, do Libération, da Nouvel Observateur, da Inrockuptibles, da Rolling Stone. Assim que conquistou a América, foi ao Programa do Jô e voltou ao cenário da música nacional.
Tom Zé, que um dia quase desistiu de ser compositor e retornar a Irará, pra trabalhar num posto de gasolina, voltou a compor, a fazer shows nos quatro cantos do mundo, a gravar discos e mais discos.

Não por acaso, depois de ter lançado o LP Estudando o Samba (1976) e de estar alguns anos já com a carreira artística em baixa, Tom Zé decide desenvolver ainda mais seu projeto estético experimental, iniciando uma pesquisa musical de timbres com ferramentas, máquinas de oficinas e a manipulação da execução de fitas magnéticas com equipamentos eletrônicos.



A Alegoria representa a volta por cima dada por Tom Zé. Feito com muito arame farpado (Presente na capa do disco Estudando o Samba). No centro da alegoria um palco mais alto com um grupo apresentando uma coreografia.
Em toda alegoria terá pessoas usando serradores, bacias d’água ou balões, representando os experimentalismos que levaram Tom para fora do Brasil.
Numa parte um pouco mais alta, nas quatro vértices, estará os fotógrafos com suas máquinas.
A capa do disco Estudando o Samba estará na parte detrás da alegoria e o destaque será David Byrne que estará na frente da capa do disco.



Setor 05:
“O outro Tom”

“Tom Zé está mudando de lado”, “Tom Zé está apoiando o capitalismo descontrolado”...
Nada como a fama internacional para externizar críticas sem fundamentos.
“Tom Zé Mané” respondeu todas elas com músicas, discos, ainda continuou fazendo sucesso e se tornou nada mais que um dos mestres da música brasileira!
Viva esse, o outro, o velho, o novo Tom! São 80 anos de vida e 50 de carreira!!!
Parabéns, Tom Zé!



Ala 16
“Tô”

A quarta faixa do disco Estudando o Samba, de nome Tô, apesar de harmônica, melódica e ritmicamente não apresentar inovações substanciais nas sonoridades do samba, possui um caráter de grande relevância em sua letra. Este samba de breque ressalta, letristicamente, uma proposta, de certa forma irônica.

Tô bem de baixo prá poder subir
Tô bem de cima prá poder cair
Tô dividindo prá poder sobrar
Desperdiçando prá poder faltar
Devagarinho prá poder caber
Bem de leve prá não perdoar
Tô estudando prá saber ignorar
Eu tô aqui comendo para vomitar
Tô te explicando
Prá te confundir
Tô te confundindo
Prá te esclarecer
Tô iluminado
Prá poder cegar
Tô ficando cego
Prá poder guiar

“Tô” ficou conhecida nacionalmente por intermédio do apresentador de TV Abelardo Barbosa, o Chacrinha, por causa da famosa frase: “Eu estou aqui para confundir, eu não estou aqui para explicar” – grande ícone da TV nacional. Esta canção é, basicamente, uma síntese do disco, quando o compositor afirma: “Tô estudando pra saber ignorar / Eu to aqui comendo para vomitar”. Isto é, o autor estuda e se “alimenta” do samba, como uma fonte energética que nutre e possibilita os seus experimentalismos neste gênero musical “vomitando” como resultado final, um amálgama que contrapõe o “tradicional” e os anacronismos modernos, ou de sua época.

Fantasiados de Chacrinha (O padrinho da Tropicália) que utilizou um trecho da música de Tom Zé e, conseqüentemente, espalhou a música “Tô” deixando-a conhecida nacionalmente. Fantasias em tons vermelho e branco, com as mesmas vestimentas do velho e carismático apresentador.

Ala 17 - Coreografada
“Grupo Corpo”

“Parabelo” é a trilha sonora de um espetáculo do Grupo Corpo, fundado em Belo Horizonte – MG em 1975, a cada ano, eles lançam um novo espetáculo com nova coreografia e trilha. Este disco foi feito com apoio do Ministério da cultura, Pronac Ministério das comunicações.
Esse trabalho reuniu Tom Zé, tendo participado ativamente da Tropicália nos anos 1960 e se tornado uma voz alternativa influente no cenário musical brasileiro. E José Miguel Wisnik, que é músico, compositor e professor de Literatura Brasileira na USP. Nesse CD que foi gravado um dos forrós que mais fez sucessos nas pistas paulistanas na virada do século. Destaque pra ela, “Xiquexique”, com sanfonas de Toninho Ferragutti e percussão de Marcos Suzano, além do uso de um balão na parte inicial da música.

A ala coreografada irá representar o espetáculo com a mesma fantasia e apresentando a mesma coreografia que a original do Grupo Corpo.




II Casal
Mestre Sala e Porta Bandeira
“Carmem Miranda" e "Tio Sam”

"Seu Americanizado
Quer bancar Carmem Miranda
Rebentou o botão da calça
Tio Sam baixou em Sampa"

Na faixa que dá nome ao disco Tribunal do Feicebuqui, Tom Zé faz uma crítica as pessoas que criticaram após ele ter narrado um comercial da Coca Cola na campanha para a Copa do Mundo de 2014.
Ele ainda completa:

"... O que custava morrer de fome para viver de música?"

A Porta Bandeira representa Carmem Miranda com sua fantasia em tons de verde e laranja com detalhes em amarelo, além de babados e as famosas frutas estará representado em um adereço na cabeça.
O Mestre Sala estará representando Tio Sam. Com uma fantasia nas cores vermelho, azul e branco com o grande chapéu listrado, camisa azul com estrelas e a calça com listras em branco e vermelho.




Guardiões
"Preço de Banana"

“Vendido, vendido, vendido a preço de banana, já não olha mais pro samba, está estudando propaganda”.

Com essas palavras de auto crítica, ainda na faixa “Tribunal do Feicebuqui”, o compositor continua com as críticas fazendo, agora, uma alusão aos seus antigos discos (Estudando o Samba, a Bossa e o Pagode). O músico foi bombardeado e chamado de “vendido” por muita gente, quando ele afirma, ironicamente, estar estudando propaganda.

Os guardiões estarão dentro de uma fantasia de banana. Estarão vestidos de amarelo um pano bem colado que cobre dos pulsos aos pés (Por dentro), com os rostos pintados de branco. Por fora (Na fantasia de banana) haverá uma grande etiqueta com duas cifras em dourado.

Ala 18
“Papa Francisco perdoa Tom Zé Mané”

Em resposta a criticas, Tom Zé compôs cinco faixas cheias de ironia e opinião.
Com as participações de nomes da nova música brasileira como Emicida, Tatá Aeroplano, O Terno, Filarmônica de Pasárgada e Trupe Chá de Boldo.
Pedindo para ser perdoado pelo papa:

“Papa Francisco vem perdoar,
O tipo de pecado que acabaram de inventar
O povo, querida, com pedras na mão, voltadas contra o imperialismo pagão”,

Na música em que Tom Zé faz essa citação acima (Papa Francisco perdoa Tom Zé) o artista faz um apelo até para o Papa Francisco que havia substituido Bento XVI.

Fantasias de Papa. Com as batinas em vermelho e branco (Como na imagem abaixo) e com o adereço em mãos.



Ala 19
“... O homem fez o fogo...”

Mas o que salva a humanidade
 É que não há quem cure a curiosidade
Mas o que salva a humanidade
 É que não há quem cure a curiosidade
 A curi, a curi... A curiosidade Quem inventou, inventou
A humanidade
 O bura, bura... buraco da fechadura
 É o bura, bura Buraco da curió
Zidade, a curi, a curi, a curiosidade que inventou, inventou a humanidade e o bura, bura... Buraco da fechadura é o bura, bura...
Buraco do curió
O homem fez o fogo (FU, FU, FU)
O vento assopra a vela (FU FU FU)
A fada fez a fábula
 A bruxa cai de bunda cá
Eva comeu da maça
A curiosidade
Tudo que nunca foi achado
Ficara também conhecido se procurado
Com curiosidade

A música “Salva a Humanidade” resume tudo que foi a vida de Tom Zé. A busca por novos sons, novos acordes, novos tons. E a verdade é uma só: “Tudo que nunca foi achado ficará também conhecido se procurado com curiosidade”.

Fantasias como a imagem abaixo, representam a criação do fogo que é, sem dúvidas, a maior das criações, a maior das invenções e que é citada na música de Tom Zé!
Viva a curiosidade!


Alegoria V
“O Tom Zé”

Assim esse cantor genial ganhou o mundo e o coração tricolor da E.S.V Flor de Açucena. Suas músicas, suas vivências únicas, seus ensinamentos, aprendizados, sua força, garra, seu amor por Irará e pela Bahia. Uma vida que merece, sem dúvidas, um belo enredo.
Para a nossa escola ficou a oportunidade e o dever de elaborar o que de melhor poderia ser um enredo sobre esse Tom da nossa música popular brasileira.
Viva Tom Zé!

Alegoria será em forma de escadas (Dos dois lados). Cada degrau de uma cor e representando uma nota musical, da direita na ordem: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si e no lado esquerdo na ordem decrescente: Si, Lá, Sol, Fá, Mi, Ré, Dó.
Essas escadas vão estar bem afastadas (No primeiro degrau) e a medida que for subindo vai se encontrando até lá em cima estar o destaque principal: Tom Zé!
No lugar onde estará Tom Zé vai ter a foto dos pais dele cercado por flores nos lados, para lembrar lá do início do desfile e saudar aqueles sortudos guerreiros de Irará.

*Os degraus não vão estar verticalmente. A medida que for subindo vai inclinando cerca de 45 Graus para não ficar nem horizontal nem vertical.



Ala 20 - Velha Guarda
“É festa, 80 anos de tradição e 50 de canção!”

A última ala vem agradecer pela oportunidade de homenagear não só o cantor, compositor, arranjador e poeta Tom Zé, mas, também, homenagear um pedaço da Bahia, a tropicália, a musica popular e a cultura brasileira.

A velha guarda encerra o desfile da Flor de Açucena, tradicionalmente, jogando flores para o público. Estarão com terno que terá um mosaico (Preto, rosa e branco) com caras e bocas do ilustre Tom Zé; cada imagem representando um momento da vida do cantor, cada imagem uma careta ou algumas das expressões que são marcas desse cantor.


Referências:

- Sites:


Documentários:

Fabricando Tom Zé, um documentário de Décio Matos Jr.

Artigos/Livros:

FILHO, Júlio de Mesquita. Os tons de Zé: transformações paradigmáticas na obra de Tom Zé (1967-1976), São Paulo, UNESP 2014

DOS SANTOS, Marcos Roberto Martins. Tom Zé: Um tropicalista e sua aldeia, Bahia, III ENECULT 2007


ZÉ, Tom. Tropicalista lenta luta. São Paulo, Publifolha, 2003

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