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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Enredo 7: No balanço pra lá e pra cá... Essa história vou contar!

No balanço pra lá e pra cá...
                           Essa história vou contar! 





Autor: Douglas Quinto
Douglasquinto10@gmail.com


Introdução
“...valorizar, estudar, pesquisar as coisas que vemos, usamos, construímos, conhecemos e nunca pensamos dignos de nossa atenção e cuidado cultural.”
Luís da Câmara Cascudo, no livro Rede de dormir – Uma pesquisa etnográfica

Seguindo o pensamento acima de Câmara Cascudo, faremos um enredo com um objeto que muitos pensam não ser digno, porém tem história e muita história. É essa história que o enredo pretende contar, de um utensílio que está presente no Brasil, muito antes de seu dito descobrimento.
A história começa justamente na origem, na época que antecede a chegada dos colonizadores portugueses. Depois vemos o surgimento do termo “rêde” que ocorreu na carta de Caminha quando chegou em solo brasileiro. Depois com a chegada da corte portuguesa que muda como se usa, apresenta novos materiais e novos jeitos de se usar.  Até que no sul decidiram abolir seu uso enquanto no norte jamais deixou de usar. Vemos as curiosidades da rede de dormir, como sua relação com o negro. Até que nós preparamos para atar a rede e deitamos, dormimos ou viajamos nelas.
A rede de dormir de tanto está presente na história, criou sua própria história que no balanço pra lá e pra cá será contada aqui neste enredo.

Sinopse
“A rede de dormir foi por mais de quatro séculos um elemento presente é indispensavel na vida dos barsileiros. Usava-se a rede de dormir desde o nascimento até a morte.”
Gilberto Freyre

Ini, era assim que os povos indígenas chamavam a rede de dormir. Podemos dizer que aquela invenção indígena jamais deixaria de permear a história do Brasil e fazer sua própria história que começa assim:
“...tinham dentro muitos esteios e de esteio
em esteio uma rêde
atadas pelos cabos, alta, em que
dormiam.”
Pero Vaz de Caminha

Foi a primeira vez que o termo “rêde” foi usado, Pero Vaz chamou assim pela aparencia com a rede de pescar. É de rede que chamamos até hoje. Feitas de cipós e lianas a rede foi útil no desbravamento do imenso verde sem fim que era o Brasil.
Eis que com a chegada da corte portuguesa, que através de seus conhecimentos influenciaram em como a rede era usada. Chamada de “serpentina” os escravos levavam em passeios pela cidade seus senhores e senhoras. Mortos  eram levados em cortejo e enterrados nas redes.
Houve também um aperfeiçoamento do modo de fazer rede pelas mulheres portuguesas. Novos materiais como algodão eram usados, surgiram também as franjas. As redes viravam um utensílio que era usado nas varandas das casas grandes.
Até que a rede estava disseminada por todo Brasil, até mesmo no sul onde o clima não favorecia seu uso. Foi então que por volta de 1830, com a influencia da moda da França, a rede cai em desuso no sul (e sudeste em escala menor) do Brasil, a rede foi ligada a barbárie, fazia mal para saúde e era coisa de pobre. Em contra partida no norte (e nordeste) a rede continuava a dominar 10 entre 10 casas, o povo sertanejo jamais deixou-se influenciar seja lá por qual “moda”. Cangaceiros do bando de Lampião nas andanças pelo sertão sonhavam nas redes enquanto descansavam. A rede era norte!
Também temos curiosidades. Há uma citação bíblica sobre a rede de dormir que diz “A terra cambaleará como um bêbado e balanceará como rede de dormir.”. O povo negro jamais se acostumou a usa-la, preferiam dormir no chão que na rede, achavam que os amassam vão. Estudos dizem que dormir em rede faz bem para saúde , melhora a coluna e que o balanço ajuda a melhorar a insonia.  Na Paraíba, mais precisamente em São Bento foram utilizadas 270 redes para fazer uma árvore de natal. A rede é sustentável também, feita com garrafas pet. É no Ceara a maior rede mundo já esta no guines book!
Enquanto isso na fantástica fábrica de rede...
As redeiras tecem o tecido. Coloca-se o punho. Escolhem as estampas, as cores os tipos. Fazemos o nó de rede e colocamos no suporte. Processo de fácil explicação mas que somente pessoas entendidas do assunto podem ousar fazer. Atamos a rede!  
Com a rede atada...
Podemos ir rumo ao acampamento ou dormir. Em um redário bater um papo. Nas cadeiras rede sentar e relaxar. Embalar os bebês ou na casa de praia descansar. No balaço pra lá e pra cá podemos também viajar, como fazem o povo da amazônia nos rios, que mais parecem estradas de água em que os barcos vão flutuando rumo ao seu destino.
Livro consultado: Rede de dormir –  Uma pesquisa etnográfica 



Roteiro do desfile
Primeiro setor:
Origem
O setor mostra a rede em sua origem, antes de ser descoberta, quando ainda era chamada de ini.

Comissão de frente – Fazendo a ini
Em uma visita as origens da rede de dormir, vemos Câmara Cascudo vendo com é feita a ini.

Com 15 componentes, um representando Câmara Cascudo e os outros 14 representando uma tribo indígena, com o apoio de um tripé que temos duas arvores onde será atada a rede feita pelos indígenas que Câmara ira se deitar.

Por que Câmara Cascudo?
Câmara Cascudo escreveu o livro “Rede de dormir – Uma pesquisa etnográfica” era um apaixonado pela rede e como bom nordestino não poderia ser diferente. A partir disso fazemos uma homenagem a ele.



Casal de mestre sala e porta bandeira –Indígenas da terra
Nosso casal representa os inventores da rede, os indígenas que a chamaram de ini. A fantasia é predominada pelas cores vermelha azul e amarela.



Ala 1 – Povos indígenas
Representa os indígenas que inventaram e usavam a rede para dormir. A fantasia tem um cocar nas cores azul e vermelha, no esplendor  tem penas nas cores vermelhas.

Abre alas – acoplado – Ini
Na primeira parte da alegoria temos 3 grandes arvores onde estão   atadas 2 grandes redes com escultura de índios dentro. Na segunda parte uma imensa oca.
Destaque: Cacique
Composições: Índios e índias



Segundo setor:
Desde o descobrimento
Nesse setor temos a rede quando do descobrimento do Brasil, na qual ela teve sua primeira citação feita na carta de Caminha.

Ala 2 – Caravelas
Representando a chegada dos descobridores. A fantasia tem traços portugueses com uma caravela no chapéu.



Ala 3 – Pero Vaz e a carta
Representa a inscrição da carta de Caminha. A fantasia é também com traços portugueses com um acessório de mão representando a carta e com um quadro com a foto de Pero Vaz na altura do peito.



Ala 4 – A rede
O termo rede, usado por Pero Vaz na carta era agora o nome do qual conhecemos até hoje. A fantasia apresenta no chapéu arvores, pelos corpo redes do tipo que Pero viu quando desembarcou no Brasil.

Ala 5 – Lianas
Era com lianas que eram feitas as redes dos indígenas. A fantasia e feita com espuma que imita as lianas, predomina o verde.

Ala 6 – Cipós
Era usado cipos também na feitura das redes indígenas. A fantasia é verde com cipos feitos de espuma.

Alegoria 2 – O desbravamento do verde
Representa a serventia que a rede teve para desbravar a mata, o verde que era o Brasil na época de seu descobrimento. A alegoria apresenta varias esculturas de arvores, varias redes de tamanho normal com portugueses fazendo coreografias, predomina a cor verde.
Destaque: Verde a ser desbravado
Composições: Portugueses

Terceiro setor:
A corte portuguesa
Nesse setor vemos como a corte alterou o mode de usar a rede, apresentou novos materiais para fazer redes e novas tecnicas.

Ala 7 -  A corte
Representa a chegada da corte portuguesa. A fantasia apresenta traços portugueses, no chapéu uma coroa, predominando a cor vermelha e azul.

Ala 8 – Serpentina
A rede virava uma especie de liteira, chamada de serpentina na qual os portugueses eram levados em passeios pelos escravos.  A ala tem 2 fantasias diferentes, a de escravo e a de senhores e senhoras. Os escravos levam nos ombros as serpentinas, dentro de algumas temos senhores e senhoras de verdades, em outras temos bonecos, os senhores e senhoras de verdades andam ao lado da serpentina como se fossem embarcam rumo a um passeio.



Ala 9 – Rede de defunto
A fantasia representa a época em que pessoas eram enterradas em redes. A fantasia apresenta no esplendor panos desfiados nas cores brancas sujas de terra no chapéus penas de faisão brancas.



Ala 10 – Algodão
Quando as redes começaram a serem feitas de algodão. A fantasia apresenta tons de dourado com pontos brancos no chapéu penas nas cores dourada.

Ala 11 – Franjas (Baianas)
Representa o incorporamento de franjas nas redes. A fantasia é branca na saia bordados imitando franjas e nos braços também, no chapéu penas brancas.



Ala 12 – Mulheres portuguesas (damas)
As mulheres portuguesas aperfeiçoaram a técnica de se fazer rede. A fantasia apresenta traços de mulheres portuguesas, predomina as cores bege e vermelhas, com leques nas mãos.

Alegoria 3 – Nas varandas das casas grandes
A alegoria representa a época em que a rede foi ligada as varandas das casas. Vemos na alegoria uma casa grande dos senhores de 3 andares e redes nas varandas nas quais senhoras portuguesas fazem coreografias.
Destaque: Senhor da terra
Componentes: Senhoras da terra

Quarto setor:
O declínio no sul e o auge no norte

A rede se disseminou pelo Brasil, até que no no sul caiu em desuso enquanto no norte jamais deixou de ser usada.

Ala 13 – Disseminação pelo Brasil
Representa a época que a rede foi usada por todo território nacional. A fantasia apresenta as cores verde, amarela, azul e branca, tando varias estrelas no esplendor.

Ala 14 – A moda da frança (Bateria)
No sul e sudeste baseando-se na moda da frança a população deixou de usar a rede. A fantasia apresenta traços franceses nas cores vermelhas, azul e amarela e penas branas na cabeça.

Ala 15 – Barbárie (Passistas)
A rede era ligada a barbárie, um dos motivos apontados para deixar de ser  usada. A fantasia apresenta uma mascara e na roupa predomina a cor marrom, com penas na cabeça na cor marrom. 

Ala 16 – Fazia mal para saúde
Outro motivo do qual o uso da rede foi abolido. A fantasia apresenta uma capa preta com penas vermelhas na cabeça.

Ala 17 – Coisa de pobre
Quem usava a rede era pobre. A fantasia é composta por pessoas vertidas de farrapos, predominando a cor marrom, tipo encardida, e uma saco de pano na mão.

Ala 18 – Gente sertaneja
Representa o povo que jamais deixou de usar a rede. A fantasia é composta por penas verdes e brancas na cabeça, no esplendor cactos, bota na cor marrom.

Alegoria 4 – Sou do norte! Sou do nordeste! Sou cabra da peste!
A rede com grande identificação com o povo nordestino e nortista. A alegoria tem grandes cactos, além de uma escultura de Lampião deitado numa rede.
Destaque: Maria Bonita
Composições: Cangaceiros

Quinto setor:
As curiosidades da rede
O setor apresenta as curiosidades da rede de dormir através do tempo de sua existência.

Ala 19 – A citação bíblica
Representando a citação bíblica da rede de dormir. A fantasia apresenta paginas de livros no esplendor , pena nas cores azul na cabeça.

Ala 20 – O negro não gostou (ala coreografada)
O povo negro não se acostou a usar a rede para dormir, preferiam o chão. A fantasia apresenta roupas de escravos com correntes nos punhos, fazendo coreografias durante o desfile.

Ala 21 – Faz bem para saúde
Cientistas apontam que a rede de dormir faz bem para coluna e melhora a insonia. A ala apresenta duas fantasia, uma é branca com uma coluna na mão, outra é azul com uns ZzZz na mão.

Ala 22 – A árvore de natal
Na Paraíba há uma arvore de natal feitas de redes.
A fantasia apresenta as cores brancas com luzes que piscam, na mão uma replica pequena da árvore de natal feita de redes. 



Ala 23 – Sustentável
A rede de dormir ecologicamente correta feita com garrafas pet. A fantasia apresenta as cores verdes no esplendor garrafas pet e na cabeça, garrafas pet cortada em tiras de menos de 1 cm de espessura.

Alegoria 5 – A maior rede da sapucaí
A maior rede do mundo que foi feita no Ceara é mede 12,5 metros de largura e 30 metros de comprimento, aqui nos refazemos a rede com tamanho mais próximo do original respeitando as dimensões da avenida, com isso fazemos a maior rede da sapucaí. Aos lados da rede vemos composições e dentro da rede composições fazem coreografias.
Destaque: Lá do Ceará
Composições: Na rede (composições que estão dentro da rede) e Guines book (composições que estão aos lados) 


Sexto setor:
Vamos atar a rede
Vemos como se faz uma rede e materiais usados para fazer e atar.     

Ala 24 – Redeiras
Mulheres que fazem a rede. A fantasia apresenta uma saia com estampa floral, e na cabeça penas vermelhas amarelas e azul.

Ala 25 – Tecido
Representa o tecido para se fazer uma rede. A fantasia é feita de   retalhos quadrados em cores diferentes.


Ala 26 – Punho
Representa a colocação do punho na rede.  A fantasia é feita com fios de punhos de rede por todo o corpo na cabeça penas azuis.   


Ala 27 – Estampa  (velha guarda)
As mais diversas estampas.  A fantasia é um terno com saia para mulheres, a fantasia é multi colorida. 

Ala 28 – Nó de rede
O nó que damos no punho das redes para ficarem menor.  A fantasia apresenta vários nos de rede na cabeça penas amarelas.



Ala 29 – Suporte
Os suportes que colocamos na parede para atarmos a rede. A fantasia apresenta a cor prata e na mão os componentes levam um suporte de rede.


Alegoria 6 – A fantástica fábrica de redes
Representa uma fabrica de redes.  A alegoria é um grande tear todo em movimento com a escultura de uma pessoa fazendo uma rede. Em volta componentes fazem coreografias em  teares cenográficos de tamanho real.
Destaque: Entrelaces
Composições: Fazendo redes



Setimo setor:
Com a rede atada
Nesse setor  saberemos as mil é uma utilidades da rede de dormir.

Ala 30 – Acampando
A rede é uma ótima opção para se usar no acampamento. A fantasia é em tons de verde claro é escuro com folhagens no esplendor.

Ala 31 – Dormindo
Muitas pessoas até hoje preferem a rede.  A fantasia apresenta no esplendor penas azuis e brancas, nas mãos mascaras com caras de pessoas dormindo.


Tripé 1 – Redário
O tripe representa um redários, local onde há varias redes atadas, para bater um papo com o pessoal da rede ao lado. O tripé é como se fosse um coreto e varias redes atadas.



Ala 32 – Cadeira-rede
A cadeira rede é uma rede feita para sentar. A fantasia apresenta uma cadeira rede nas costa de varias cores um macacão com estampa de tijolo e penas na cabeça.



Ala 33 – Embalando bebés
A ala representa os bebés que adoram serem embalados na rede. A fantasia apresenta um boneco bebé numa rede de tamanho do boneco na altura do peito dos componentes nas cores branco e azul.

Ala 34 – Na casa de praia
Representa o descanso na casa de praia. A fantasia tem um guarda chuva com uma rede vazada como capa nas costas, nas cores amarelas e azuis.

Ala 35 – No balanço pra lá e pra cá...
No balanço pra lá é pra cá em uma rede essa história eu contei. A fantasia apresenta uns tripés que dão suporte para atar umas redes, todos os tripes são interligados por cordas, nas redes pessoas fazem coreografias.



Alegoria 7 – Viajando no balanço da rede
Nos rios da amazônia as redes dentro dos barcos são usadas para se descansar durante as manhas de viagens e dormir durante as  noites. A alegoria é um grande barco com varias redes em que fazem coreografias, ao lado da alegoria temos uma especie de rio com água de verdade para representar os rios.
Destaque: Aguas amazonicas
Composições: Viajando     



Observações finais
·         As imagens são meras ilustrações do que foi dito nos trechos que estão  acima delas.
·         As imagens foram todas coletadas na internet.
·         As cores citadas na descrição de fantasias e alegorias são totalmente livres, podendo ela ser mudada por uma pessoa que entenda melhor do trabalho plástico  que o carnaval tem, sintam-se livres para imaginar as alas e alegorias como desejarem, ou se quiser levar em consideração a imaginação que eu tive, porém lhes digo que sou leigo no assunto plástico do carnaval.



Fim

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