Atenção carnavalescos e presidentes de escolas de samba!

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domingo, 23 de agosto de 2015

ENREDO 4: Nossa Escola é o seu OUTDOOR

Título
Nossa Escola é o seu OUTDOOR


Justificativa
Não são recentes as polêmicas sobre as escolhas dos enredos que as escolas de samba levam à Avenida Marquês de Sapucaí, principalmente quando envolvem enredos patrocinados.
A ampla visibilidade dos desfiles, a partir da intensa cobertura midiática, proporciona uma grande vitrine para promover produtos, localidades, personalidades e até mesmo ideologias.
Os custos envolvidos na confecção plástica de um desfile acabaram por impulsionar as relações entre as escolas e os potenciais patrocinadores. Ainda, o gigantismo do espetáculo proporcionou muitas vezes a propagação de idéias e ideais através das escolas, mostrando que, desde os primórdios dos desfiles, os enredos não necessariamente começam a partir das idéias dos carnavalescos.
Entretanto, sendo um produto cultural de grande alcance, os desfiles podem inclusive contribuir com ações afirmativas, em uma espécie de “propaganda ideológica” pautada na afirmação do samba, das escolas, da história do carnaval e, principalmente, da raça negra.
Assim, “Nossa Escola é o seu OUTDOOR” busca resgatar na história dos desfiles, enredos que transformaram as escolas em potentes vitrines.

Sinopse
E então, meu senhor? E então, minha senhora? Vamos vender o seu produto? Vamos fazer propaganda da sua cidade? Aqui cabe tudo!

Sua logo pode vir nas camisetas do nosso ensaio técnico, pode estar em um painel na nossa quadra! Que tal colocar ela em um adesivo na bunda de nossas mulatas? Se precisar mais, o nome do seu estado pode aparecer no título do nosso enredo. Nosso abre-alas pode ser um grande outdoor para a sua marca! Que tal?
Não importa seu produto, tiramos leite de pedra e conseguimos anunciar tudo. Veja só, meu senhor! Veja só, minha senhora! Em 2012, nossa co-irmã, Porto da Pedra, já fez propaganda até de iogurte. O resultado não foi muito bom para a escola, mas o patrocinador contou com mais de oitenta minutos em rede nacional falando bem das propriedades nutricionais do seu produto. Já a Vila Isabel em 2011, como se diz lá no sul, “costeou o alambrado”, e apresentou um enredo sobre cabelos para vender xampu. Mesmo com o tema não sendo explicitamente o produto, a garota propaganda da marca veio no último carro e a associação com a marca foi imediata! Um negócio e tanto! E podemos encaixar qualquer produto, mesmo os mais complicados, vejam  que em 2008 a Grande Rio já cantou o gás natural do município de Coari, conseguindo obter ainda uma excelente colocação. Mas por vezes a concorrência aperta, Beija-Flor e Salgueiro já desfilaram no mesmo ano, 2002, com enredos muito semelhantes, sobre a história da aviação, patrocinados por companhias aéreas rivais. E se os senhores pensam que essa “onda” de anunciar produtos é atual, o grande Império Serrano, no ano de 1985, levou para a avenida a cerveja, com direito a marca aparecendo e tudo mais, no enredo “Samba, suor e cerveja”. Mas os tempos eram outros, hoje não podemos exibir a marca tão explicitamente, mas como já expliquei aos senhores, ainda assim o negócio pode ser muito bom!
Mas calma, muita calma! Quer divulgar seu bairro? Sua cidade? Seu estado? Seu país? Nesse caso não teremos problema nenhum em exibir o nome, até no título do nosso enredo! Já cantamos o Rio de Janeiro e variações do Amazonas muitas vezes, mas sempre há espaço para releituras. Ou mesmo para inovações. Até mesmo o carnavalesco mais badalado do momento, Paulo Barros, trouxe para a avenida em 2013 suas visões estilizadas sobre a Alemanha, buscando fazer jus ao patrocínio. A grande carnavalesca Rosa Magalhães colocou posteriormente o nome de um estado no seu enredo vencedor de 1995 por conta do precioso dinheiro: “Mais vale um jegue que me carregue, do que um camelo que me derrube... Lá no Ceará”. A comissão de carnavalescos da Beija-Flor deu “nó em ponta de faca” para fazer um enredo sobre o município mineiro de Poços de Caldas, em 2006, buscando foco na questão da água para justificar a grana recebida da prefeitura da cidade. Em 1994 a Estácio de Sá trouxe o Saara, que é uma região comercial, ou seja, menos que um bairro, como enredo para a avenida. Mas veja bem, não se preocupe, pois se a homenagem que você quiser que a gente preste, não presta tanto assim, a gente se espelha nas co-irmãs já citadas anteriormente. Até uma ditadura sanguinária como a Guiné Equatorial pode ser cantada em verso e prosa, pelo riquíssimo viés da questão cultural, como fez a campeã Beija-Flor em 2015. Afinal, entendemos perfeitamente, ninguém procura colocar dinheiro na nossa escola para que a gente aponte problemas, ou os senhores já viram alguma empresa colocar dinheiro em anúncios de um jornal que fala mal delas?
Se a questão é comercial, estamos abertos a negócios. Podemos inclusive colaborar na tentativa de limpar a barra de alguma celebridade que andou fazendo besteiras por aí. E não estamos falando necessariamente de cantor sertanejo que oficializou a amante como namorada antes de terminar o casamento. Falamos de casos como o do cantor mais falado do país, Roberto Carlos, apresentado pela dona de seus direitos como rei, exaltado pela Beija-Flor (2011) e pela Cabuçu (1987). Temos o fantástico caso da Estácio de Sá, que em 2012 homenageou Luma de Oliveira, e teve que falar muito de carnaval, já que é evidente a escassez de realizações na vida da homenageada. Se o patrocínio não for direto, não tem problema, uma boa celebridade pode atrair muito dinheiro para a escola, já que por tabela atrai muita mídia, veja que casamento perfeito! Não à toa, a chamada rainha dos baixinhos, Xuxa, foi saudada pela Cabuçu em 1992 (olha ela aí outra vez) e pela Caprichosos de Pilares em 2004. E não pensem os senhores que esse tipo de homenagem é coisa de agora, em 1985, seguindo a tendência que ela mesma lançou na década de 80, a Santa Cruz trouxe um enredo sobre o colunista social Ibrahim Sued. Vejam que podemos inclusive unir o útil ao agradável, como fez o Império Serrano, quando homenageou Beto Carreiro em 1997, promovendo o parque temático de mesmo nome.
“É fantástico, virou Hollywood isso aqui” já cantava a São Clemente em 1990, e se quiserem utilizar a fórmula que o Tio Sam utilizou na ‘capital’ do cinema e arriscar um viés ideológico, seguimos abertos a negócios, e aqui não necessariamente em troca de dinheiro. Vejam que, embora impraticável nos dias de hoje, pelo terror anticomunista instaurado pela nossa imprensa, em 2006 a Vila Isabel abocanhou o título com o enredo “Soy loco por ti América: a Vila canta a latinidade”; o último carro chegou inclusive a trazer uma gigantesca estátua de Simón Bolívar.  Hoje certamente seria condenada por ser linha auxiliar na tentativa de transformar o país em uma ‘ditadura bolivariana’.  Ainda tivemos em 1998 a Grande Rio exaltando o comunismo da Coluna Prestes (com “P de coragem e C de paixão”), outra que hoje seria apontada como integrante da legião bolivariano-comunista que deseja ‘acabar como Brasil’. Em 1986 a Imperatriz veio de “Um jeito pra ninguém botar defeito”, abordando a esperança na nova república e teve até alegoria lembrando os CIEPS do então governador carioca Leonel Brizola, porque na falta do dinheiro, nossa escola pode fazer um agrado ao poder e quem sabe assim tentar colocações melhores.  E por falar em agrado, a década de 70 foi especial no uso das escolas de samba para promover as “maravilhas” realizadas pela ditadura militar. Muitas foram as escolas que embarcaram no nacionalismo dos lemas dos governos militares, mas o destaque desta época fica por conta da Beija-Flor que trouxe por mais de uma vez enredos que louvavam feitos destes governos, como “O grande decênio” em 1975, que exaltava os feitos da “revolução” de 1964. Mas senhores, não se enganem pensando que é recente o uso das escolas de samba para propaganda, de produtos ou de ideologias, vejam que  há, embora controversos*, resquícios do uso das escolas de samba como instrumento de propagação ideológica já na década de 40, com a imposição de temas nacionais aos desfiles. Exemplo maior é o ano de 1946, no qual foram apresentados enredos temáticos sobre a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Evidentemente um carnaval de louvação, sem mencionar detalhes das batalhas, nem mesmo as bombas atômicas que colocaram fim à guerra. Pois é, senhores, qualquer paralelo com os enredos da atualidade que ocultam detalhes indesejáveis não é mera coincidência.

Vejam senhores que o alcance das propostas dos desfiles possibilita muita coisa, inclusive fazer a nossa própria propaganda, destacando a importância do evento que é conhecido como o “maior espetáculo da Terra”, e também oferecendo elementos para afirmação das origens das escolas. Contar a história dos desfiles, das origens do carnaval é um tanto quanto recorrente, e costuma trazer bons resultados, que o diga a Portela, que foi vice (para muitos merecia ganhar) em 1995, justamente com essa temática no enredo “Gosto que me enrosco”.  Enredos em que a escola vira o próprio outdoor também são comuns, e um dos mais emblemáticos da história dos desfiles é “Vira, virou, a Mocidade chegou”, que deu o título à escola de Padre Miguel em 1990. Como é inegável a negritude da origem do samba e das próprias escolas, os desfiles constituem importante instrumento de promoção da arte e da cultura negra, possibilitando ações afirmativas importantíssimas, como fez a Vila Isabel em 1988, com “Kizomba, festa da raça”. Aqui é fundamental lembrar o pioneirismo do Salgueiro, capitaneado por Fernando Pamplona, que em 1960 trouxe para a avenida um personagem, que acreditem os senhores, até então era praticamente ignorado na história oficial, Zumbi dos Palmares, no enredo “Quilombo dos Palmares”. Embora a utilização das escolas para ações afirmativas de personagens e elementos da cultura negra tenha ganhado força apenas após a década de 60, a utilização das escolas como próprio outdoor tem origem já no ano da oficialização dos desfiles pelo poder público, em 1935, ano em que foi realizado um carnaval temático, no qual as agremiações apresentaram enredos sobre “a vitória do samba”. A grande campeã deste desfile foi a Vai como Pode (que depois se chamaria Portela) com o enredo “O samba dominando o mundo”, que trouxe a “primeira alegoria” da história dos desfiles (um globo terrestre com uma baiana em cima) e de quebra, foi o ano de estréia de Dodô como porta-bandeira da escola.
Curiosidades a parte, senhores, o fato é que o samba pode não ter dominado o mundo, mas certamente o alcance dos desfiles das escolas leva suas mensagens ao mundo todo. Assim, fica a pergunta: vamos fechar negócio?

A controvérsia está no fato de que oficialmente, no regulamento, a obrigação de apresentar enredos nacionais, surgiu no ano de 1947, no governo Dutra. Entretanto ela era praticada durante a ditadura Vargas (Estado Novo, 1937-1945) com enredos submetidos ao DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), tendo como exemplo a desclassificação da Vizinha Faladeira em 1939 por apresentar um enredo sobre a Branca de Neve. Assim, historiadores consideram que esta obrigatoriedade tenha partido muito mais dos próprios sambistas do que do poder público.


Desenvolvimento
Setor 1
Sua marca AQUI

O primeiro setor da escola é um convite ao possível patrocinador e apresenta possibilidades para exaltação da marca ou produto, de forma bem humorada é uma crítica ao modelo atual de venda de enredos.

Comissão de Frente
Sua marca AQUI
A comissão de frente da escola é formada por 15 integrantes. Um deles, o vendedor apresenta através de coreografia possibilidades de espaços para marca nos trajes e adereços dos outros 14 integrantes, que, em dupla, são assim divididos: com camisetas identificando ensaio técnico, mulatas com adesivos com espaço para anúncio na bunda, cartazes com o título do enredo e espaço para marca, fantasias de homem-sanduíche com espaço para a marca, baianas com espaço para marca no pano de costas e saia, tocadores de surdo com espaço para marcas nos instrumentos e mestre-sala e porta-bandeira com espaço para marca na bandeira. Ao final da coreografia, sem convencer ainda o comprador, o vendedor aponta para o abre-alas, no qual o grande outdoor com o nome da escola é substituído pela inscrição “sua marca aqui”.

Abre-alas
O seu outdoor
O abre-alas da escola é um imenso outdoor de ledcom o nome da escola. Todos os destaques vestem camiseta com a inscrição “sua marca aqui”. O nome da escola é trocado pela inscrição de acordo com a coreografia da comissão de frente.


Setor 2
Venda seu produto

O segundo setor da escola vem lembrar ao possível patrocinador que os enredos podem promover qualquer tipo de produto, direta ou indiretamente.

Ala 1
Regulando o intestino
A ala apresenta uma fantasia de iogurte, com destaque para a função reguladora do intestino, relembrando o desfile da Porto da Pedra em 2012.

Ala 2
Macios e sedosos
A fantasia da ala é de frasco de xampu, os integrantes apresentam perucas exageradas dos mais variados estilos de cabelo, em referência ao desfile da Vila Isabel em 2011.

Ala 3
Não vai faltar gás
Tubulações, botijões e referências a floresta amazônica compõe a fantasia que faz referência ao enredo da Grande Rio em 2008.

Primeiro Casal
Mestre-sala e Porta-bandeira
Guerra nos ares
O primeiro casal relembra a coincidência de enredos de Beija-Flor e Salgueiro em 2002. Ele tem traje vermelho em referência ao Salgueiro e ela traje azul em referência a Beija-Flor. As duas fantasias fazem referências ao céu, com nuvens de plumas e aviões.

Ala 4 (Crianças)
Mantenha o cinto afivelado
A fantasia da ala é de aviãozinho. Metade da ala apresenta fantasias vermelhas, lembrando a TAM que patrocinou o Salgueiro e metade da ala apresenta fantasias em tom azul, lembrando a Varig que patrocinou a Beija-Flor.

Alegoria 2
Hoje não tem saideira
A alegoria traz várias garrafas de cerveja, várioscopos com a bebida e muitas mulatas exuberantes, relembrando o “Samba, suor e cerveja” do Império Serrano em 1985.


Setor 3
Atraia turistas


O terceiro setor da escola mostra como o enredo pode ser utilizado para alavancar o turismo em uma cidade, estado ou país, através dos famosos enredos CEP.

Ala 5
Alles Bier para Thor
A ala representa o deus Thor bêbado e um costeiro de carrossel de canecas de chopp, em referencia ao desfile da Tijuca em 2013 homenageando a Alemanha.

Ala 6
Caindo do camelo
A ala apresenta uma fantasia com um camelo enviesado na base, dando a impressão de que o integrante está caindo. Nas costas um painel com paisagens cearenses, referenciando o desfile da Imperatriz em 1995.

Madrinha de bateria
Do caos inicial à explosão da vida
A fantasia faz referência ao big bang, ponto de partida do enredo da Beija-Flor em 2006, quando falou do município de Poços de Caldas.

Ala 7 (Bateria)
Águas sulforosas
A fantasia da bateria representa as águas sulforosas do município de Poços de Caldas. Os componentes trazem como adereço um grande grampo no nariz, ironizando o odor do enxofre característico dessas águas.

Ala 8 (Passistas)
Balangandãs e Jóias Raras
Os passistas trazem na fantasia badulaques característicos da região comercial do Saara, enredo da Estácio de Sá em 1994.

Alegoria 3
História que um griô não conta
A alegoria faz referência ao enredo de 2015 da Beija-Flor sobre a Guiné Equatorial, há uma enorme estátua de um griô de cabeça baixa com uma gigante Ceiba (árvore da vida) que traz, disfarçados em seus galhos, integrantes fugindo de militares.


Setor 4
Fique (ainda) mais famoso

O quarto setor da escola mostra como celebridades podem utilizar os enredos de escola de samba na busca pela consolidação de uma imagem (o rei, a rainha) ou apenas para promoção pessoal.

Ala 9
O simples rei
Com uma coroa e um microfone a ala recorda os enredos da Beija-Flor em 2011 e da Cabuçu em 1987. A fantasia tem o tom marrom, já que o homenageado não gosta dessa cor.

Ala 10
Eike musa
A fantasia é de pantera, com uma coleira bordadoEike, em referência a um dos mais famosos feitos de Luma de Oliveira, homenageada pela Estácio em 2012.

Ala 11
Ursinha macia
A ala apresenta uma fantasia de ursinha sexy, com um X bordado no maiô. A frase é referência ao filme erótico protagonizado pela rainha dos baixinhos, homenageada pela Caprichosos e pelaCabuçu.

Ala 12
Estourando a champanhota
A ala vem com homens trajando um terno feito de recorte de coluna social de jornal e as mulheres com um longo de mesma estampa. Os homens trazem na cabeça baldes de gelo com uma garrafa de champagne e as mulheres perucas de topetes exagerados, relembrando o enredo da Santa Cruz em homenagem ao cronista social Ibrahim Sued.

Alegoria 4
O chicote estala
A alegoria em estilo picadeiro de circo traz diversas estátuas de animais com cara de sofrimento e destaques de chapéu de boiadeiro com chicotes batendo nos bichanos, em referência ao enredo do Império Serrano homenageando Beto Carrero em 1997.


Setor 5
Conquiste simpatia pela sua idéia e seus ideais

O quinto setor resgata enredos que, de certa forma, promoveram ou ajudaram a consolidar ideologias.

Ala 13
Bolivarianos
Nos ombros dos componentes há uma grande estátua de Simón Bolívar, e os componentes estão fantasiados de Che Guevara, em referência a latinidade cantada pela Vila Isabel em 2006.

Ala 14
Comunistas
A ala vem com fantasia de soldado, trazendo no pescoço lenços vermelhos e nas mãos espingardas, em referência aos trajes utilizados pelos integrantes da Coluna Prestes, lembrada pela Grande Rio em 1998.

Ala 15
Bizolistas
A fantasia faz referências aos CIEPS exaltados dentro do enredo da Imperatriz em 1987.

Ala 16
Ditadores
A ala em verde oliva representa os anos da ditadura militar, com letreiros de PIS, PASEP e FUNRURAL, que estavam no samba-enredo da Beija-Flor quando exaltou os dez anos do golpe militar com o enredo “O grande decênio”.

Alegoria 5
O carnaval da vitória
A alegoria relembra o carnaval temático de 1946, quando as escolas de samba exaltaram os feitos dos aliados no fim da segunda guerra mundial. A alegoria apresenta uma reprodução “festiva” (em tom irônico) do “cogumelo” gerado pela bomba atômica (Hiroshima e Nagasaki), fato determinante para o fim da guerra e evidentemente ignorado pelas escolas naquele ano.


Setor 6
Minha escola é o meu outdoor

O sexto setor vasculha a história em busca de enredos utilizados pelas escolas como ações afirmativas da negritude, das escolas e dos próprios desfiles.

Ala 17
Abram alas
A ala é composta por fantasias de pierrôs e colombinas, em tom azul e branco, lembrando nostalgicamente o carnaval de 1995 da Portela.

Ala 18
Um elo, uma canção de amor
O inesquecível abre-alas da Mocidade em 1990 é reproduzido na fantasia da ala, com luzes de ledreproduzindo o neon utilizado no desfile da escola.

Ala 19
A Lua de Luanda
A ala faz referência ao enredo Kizomba, apresentado pela Vila Isabel em 1988. São utilizados materiais como palhas na confecção da fantasia, reproduzindo a leveza do desfile da escola.

Ala 20 (Baianas)
Revoltosos ansiosos pela liberdade
As baianas apresentam o enredo apresentado pelo Salgueiro em 1960, em homenagem a Zumbi dos Palmares e trazem em sua fantasia os motivos africanos utilizados por Fernando Pamplona no carnaval da escola.

Alegoria 6
O samba dominando o mundo
A alegoria atualiza as dimensões da primeira alegoria utilizada em desfiles de escolas de samba, com uma baiana sobre um grande globo terrestre. Todos os destaques do carro são baianas, que usam a mesma fantasia da ala 20. A alegoria faz referência ao enredo da Vai Como Pode (Portela) em 1935.

Ala 21 (Velha Guarda)
A vitória do Samba
A Velha Guarda da escola vem com traje de gala, reverenciando a vida toda dedicada aos desfiles das escolas de samba, exaltados nesse último setor, em especial o carnaval temático de 1935.


Bibliografia
Escolas de samba: sujeitos celebrantes e objetos celebrados, de Nelson da Nóbrega Fernandes.
Pra tudo começar na quinta-feira: o enredo dos enredos, de Luiz Antonio Simas e Fábio Fabato.
A ordem na desordem, de Monique Auguras.

Nota: as imagens utilizadas nas composições que ilustram o enredo estão todas disponíveis na internet, servindo apenas como ilustração da temática, sem constituir elemento fundamental para compreensão da proposta.

Autor

Beto Limberger
Atua na coordenação e execução de projetos culturais. Acompanha o carnaval desde 1993, e esteve pela primeira vez na Sapucaí em 2001. betolimberger@gmail.com


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