Atenção carnavalescos e presidentes de escolas de samba!

Atenção carnavalescos e presidentes de escolas de samba!
Gostou de uma ideia, Clique na lâmpada e leia a nossa recomendação!

terça-feira, 2 de junho de 2015

Justificativas Marcos Maia

CONCURSO DE ENREDOS
Descontos e justificativas. Jurado Marcos Maia.

JOIAS
Introdução (- 0,5): texto simplório, óbvio, pouco atrativo.
Argumento (-1,0) : confuso. Foi dividido em 3 partes: história geral do uso das joias ao longo do tempo; especificações do uso das joias pelas grandes civilizações ( com direito a um EGÍPICIOS) e no Brasil; e finalmente a sinopse, aliás, bem construída poeticamente. Ficou excessivamente logo e redundante.
Roteiro ( - 2,5):  Praticamente inexistente.  Resumindo-se em CF, Casal, Velha Guarda e Baianas. Sob o nome de “elementos especiais”, estes foram os únicos setores abordados pelo concorrente.
Conj. Técnico (-2,0) : Absolutamente comprometido pela quase ausência de Roteiro. Fica prejudicado essencialmente o julgamento desse quesito. Idem pela redundância no argumento.
Exploração Temática (-0,2): O tema foi bem dissecado na extensa e compartimentada sinopse. Mas sua repetição na mesma, contrastando com a falta de exploração no desfile, não a torna perfeita.
Conj. Artístico (-0,5): Um bom tema, que RENDERIA um bom desfile nesse concurso, mas não rendeu porque este não foi apresentado. De qualquer forma, é um grande enredo com grande potencial e relativamente bem apresentado.

SAMSARA
Argumento  (- 0,3):  repetição de “panaceia”, termo forte mas já constante na Apresentação; o autor resolveu misturar o Argumento com o próprio Roteiro do desfile. Isso confunde o julgamento um pouco, ao meu ver, embora seja facultado; algumas “viagens” do enredo não foram bem explicadas.
Roteiro( - 0,2) : na CFrente, não há uma explicação plausível pras máscaras representarem o estado mental de Andreas;  No 1° setor, o autor diz que haverá 4 cores na paleta, mas resume-se a dissecar a CFrente e o Abre-alas.
Exploração Temática ( - 0,2) :  Um enredo muito bem sacado e construído, envolvente e instigante. Só senti falta de um melhor fechamento, algo mais explícito sobre a busca de Andreas, mais impacto do que a história das latas e dos caracóis.
Conj. Artístico (- 0,1): sem dúvida, um enredo imaginário ousado e bem pesquisado intelectualmente...original, embora claramente inspirado em obras citadas pelo próprio autor. Apenas , como citei no quesito anterior, um fecho melhor  faria ele uniformemente mais completo.

ZABELÊ
Título (-0,6):  há um título principal, um subtítulo, e como não bastasse, um “folclore piauiense”. Ficou extenso sem necessidade e muito feio.
Visual ( -0.5): uma fonte simples, com sublinhado. Pouca criatividade.
Introdução ( -1,0): inexistente.
Argumento ( -0.5) : erros gramaticais, pouca fluidez no texto. No final, dizer que a lenda é verdadeira, soou forçado.
Roteiro (-3,0): inexistente.
Conj.Técnico: (-3,0): inexistente por falta de Roteiro.
Expl. Temática (-0,5) : enredo de lenda indígena sempreé algo interessante, mas este foi um pouco simples demais, necessitaria de mais detalhes pra dar uma boa exploração em desfile.
Conj. Artístico (-1,0): aqui basicamente podemos repetir a justificativa acima. Não houve roteiro de desfile, não deu pra saber como tal tema foi desenvolvido.

VAGALUME
Argumento  ( -0,5): houve momentos confusos entre os casos mostrados pelo Vagalume, e qual o título respectivo. Além disso, após um bom começo, o texto começou a ficar modorrento e repetitivo, com a mesma estrutura sempre, sem uma criatividade maior.
Roteiro (-0,4)  : de bom, a preocupação em representar por desenhos e detalhar algumas das fantasias; por outro lado, enquanto detalha alguns setores, deixa “ao ar” certas coisas que seriam interessantes e até fáceis de detalhar, como a alegoria da República Velha. Isso promove uma irregularidade na descrição do Roteiro. Além disso, há alguns detalhamentos que não condizem ou condizem pouco com a ideia que se quer mostrar, como na fantasia do Homem Nu. A ala 10 tem como “detalhe da fantasia”, ser a Ala das Baianinhas, mas isso éa ala em si, não a representação da fantasia. Na descrição de Guima ( fantasia da Bateria), há a mesma indumentária indicada para Léo, na ala anterior.
Conj. Tecnico (-0,3) : a sinopse é enxuta, bastante resumida, reproduzindo pouco o detalhamento bem maior e mais interessante do Roteiro. Neste, o Casal mencionando o conto da borboleta Atília está no setor dedicado a Ilha Perdida. Pela estrutura da sinopse, haveriam que ser separados.

Expl. Temática  (-0,5): faltou enredo ao tema, ou seja, houve mais um mera narração de estórias infantis sem uma maior preocupação com uma história do enredo em si, encadeamentos de acontecimentos. E o final com o Carnaval soou como falta de criatividade e elo com as demais estorinhas.
Conj. Artístico (-0,2)  : enredos infantis têm um apelo muito interessante, e o autor foi feliz ao recordar da Coleção Vagalume. Ficou, por isso mesmo, um gostinho de quero mais. Talvez um pouco mais de criatividade ao desenvolver o enredo.

OFIDIOFILÍACOS
Introdução (-0,5): no seu objetivo, que é instigar o enredo, ela foi problemática, na medida em que foi redundante. Mais de uma vez diz que este mostrará os lados positivos e negativos da serpente, e isso dividindo o mesmo.
Argumento (- 0,4) : alguns problemas de coesão no texto, uso equivocado de palavras e gramaticais; a enumeração de consequências terríveis de picadas de vários tipos de serpentes, justamente elas que são o tema central do enredo, tornou o texto esquisito.
Roteiro (-0,3) : há um desequilíbrio, ao passo em que as alegorias são bem caracterizadas e as fantasias não, apenas seu significado, mas sem detalhes.
Expl.Temática (-0,2):  na sinopse, uma amostra da “complicação” de se falar sobre serpentes: ao enumerar aspectos positivos delas, diz que Quetzalcoatl era “sempre benigno”. Se fosse, todavia, não exigiria tantos sacrifícios humanos. É um tema, sem dúvida, que precisa ter coragem pra tentar transformar em enredo; além disso, o próprio nome do enredo “Ofidiofilíacos”, pode passar a impressão de que se trata apenas de amantes desses animais, ao passo em que se mostra também os muitos perigos dos mesmos.  Vale dizer, com tudo isso, que o tema foi bem dissecado, perante as várias representações de serpentes.
Conj. Artístico ( -0,2) : um enredo interessante e corajoso, em que o autor mostrou-se de fato um “ofidiofilíaco”, para escolher as serpentes como enredo. Apesar da originalidade, essa fascinação por esses animais ocasionou alguns probleminhas aqui e ali, como p.ex, no desejo de realçar os aspectos positivamente interessantes desses animais, podemos ver que os 2 últimos setores dizem respeito aos aspectos bons da mitologia das serpentes, havendo pouca diferenciação entre estes. No geral, porém, foi um enredo bem demonstrado pelo autor.

HÁ 10.000 ANOS ATRÁS...
Visual (-0,1): décimo tirado apenas pela comparação com outros visuais mais chamativos, elaborados.
Introdução ( -1,0): inexistente.
Argumento ( -0,5): ; há citação fora de cronologia, deixando o entendimento do enredo mais confuso.como citar a Inquisição e depois falar do Mar Vermelho; em algumas ocasiões, a estrofe da canção de Raul Seixas pouco tem a ver com o que autor fala posteriormente. A sinopse é, aliás, bem mais subjetiva do que a letra da música, e fica difícil imaginar que desfile sairia dali.
Roteiro ( -0,4) : tal como no Argumento, as bruxas vêm antes da travessia de Moisés; Maomé antes da Arca de Noé, e por aí vai.  
Conj. Técnico (- 0,5) : Não há no Roteiro, em seu final de desfile , nenhuma ala ou carro com a extensa mensagem de ressurreição do amor, que é a última parte da sinopse. Justamente o que parece ser o objetivo deste Enredo.
Expl. Temática  ( - 0,5) : o autor optou por fazer um enredo subjetivo baseado na música de Raul Seixas, encarando como se fosse uma mensagem religiosa. Ousado, mas houve problemas. Se aqui coubesse julgar apenas a exploração da música em si, no Roteiro, foi interessante. Basicamente, não haveria de onde tirar ponto neste quesito. Mas faltou a parte da mensagem, inclusive , e principalmente, no final do desfile. Então, por um aspecto, o da música, foi bem realizado, mas pelo grau de subjetividade tratada sobre o amor, não realizada no Roteiro, há uma incompletude no final.
Conj. Artístico (-0,2)  : um enredo cheio de boas intenções mas de realização complicada, essencialmente no aspecto de correlacionar mensagens de amor e paz, com a música tomada como mote, e depois, na realização do Roteiro, isso ficou flagrante. A música “engoliu” a mensagem. Resumidamente, foi o que aconteceu. Mas há de se elogiar a ousadia do autor em fazer algo diferente.

AVERCI
Argumento ( -0,4):   numa boa retrospectiva histórica de civilizações, o autor escreve ESTÓRIA , em vez de história. Justamente nesse caso, o erro fica muito difícil de relevar; citação ás barragens do Nilo sem contexto com o objetivo do enredo. O mesmo tipo de problema repete-se ao longo da sinopse; fala-se de “computador” na Grécia antiga, fica esquisito.
Roteiro ( - 0,2)  : na ala 08, fica a interrogação de que modo “com humor” se poderia retratar o desespero com as pestes,  a fome e a guerra; a alegoria 05 tem uma ideia difícil de entender..o porquê de Marte estar maior e “grudado” outros planetas.
Conj. Técnico (-0,3)  : há 2 incongruências entre Argumento e Roteiro: a presença dos Mouros neste último, não citados no primeiro; e o aparecimento dos ETs (a bateria) no meio do desfile,  sendo que na sinopse eles estão somente no final.
Expl. Temática (-0,2)  : um tema muito bom, cheio de soluções divertidas e bem desenvolvido. Porém, faltou ao autor citar a Astrologia neste enredo. Vale lembrar que, ao contrário de hoje,  ela era considerada como ciência pelas antigas civilizações. Se o autor quisesse se reportar somente ao que é considerado ciência nos dias de hoje, não falaria dos faraós considerados como deuses , do sol ou da lua.
Conj. Artístico ( -0,1)  : um belo tema, muito interessante e rico culturalmente. Não ganha nota máxima apenas pelo esquecimento ( imperdoável) da Astrologia, somada a algumas pequenas falhas.

FORAM ME CHAMAR...
Introdução (-0,2): texto menos fluido que os concorrentes, perfeitos, por problemas de pontuação e afins.
Argumento (-0,4)  : alguns probleminhas de organização textual; há uma contradição: logo após indicar que o 1° samba foi “Pelo Telefone”, o texto mostra versos de um samba do séc. XIX, que seriam “ os primeiros versos conhecidos do samba”. O mais correto seria dizer que Pelo Telefone seria na verdade o primeiro a ser gravado; a sinopse começa trazendo notinhas de rodapé de cada citação inspirada em sambas, mas depois isso para, mesmo com as citações continuando.
Roteiro ( -0,1): desconto dado tão-somente em relação à comparação com roteiros em que há a preocupação em descrever alegorias e fantasias, coisa que não aqui não ocorreu.
Conj. Técnico ( - 0,3) : o Argumento é detalhado nas características da roda de samba..já o Roteiro não tem a mesma amplitude, ocasionando que neste ficaram faltando algumas citações da sinopse, como p.ex. “ o trem das onze”, a canção de Chico Buarque, a presença de Noel Rosa..
Expl. Temática  ( - 0,5) : 2 senões chamaram a atenção: no desenvolvimento deste enredo, além da descrição da roda de samba e dos sambistas mais famosos, escolheu-se falar da origem do samba ( o que é natural) e também do aspecto da religiosidade. E os outros temas presentes numa roda? As canções de amor? As crônicas do dia-a-dia? Da religião passou-se direto á descrição dos artistas. O autor poderia ter desenvolvido mais o tema.  A outra questão, menos abrangente, foi ter citado “trem das onze” sendo cantada por Xande de Pilares, ao passo que faltou a homenagem aos Demônios da Garoa, reais divulgadores da canção. Ficou um enredo estritamente carioca.
Conj. Artistico ( - 0,2) : um tema bem atraente, carnavalesco. Faltou, porém, mais criatividade ao desenvolve-lo.  Esteve mais a serviço de citar cantores e canções.

A CRIOULA IMPERATRIZ
Argumento (-0,2): algumas imprecisões e redundâncias históricas; certos exageros mas que fazem parte do apelo do enredo.
Roteiro  (-0,1) : pequeno desacerto na explicação da comissão de frente, onde diz que os primeiros habitantes foram os aruaques, expulsos pelos caraíbas, e da ala 01, quando diz que estes foram os habitantes “originais”; há uma foto do que seriam os “crioulos”, como pessoas negras, mas crioulos eram os descentes de franceses nascidos em suas colônias; excesso de “branco e ouro” como cores das fantasias; no papel de imaginarmos um desfile, ele seria monocromático, em que pese louvar-se o grau de detalhismo nesta sinopse.

CERRADO
Título (- 0,2) : longo, sério e sem poesia. Lembra um título de tese universitária.
Visual (-0,1): apenas em comparação com outros que tiveram mais destaque.
Introdução ( -0,3) : muito longa, detalhada em demasia pra uma simples justificativa.
Argumento (-0,2):  pequenos detalhes:  o autor fala da necessidade da preservação após explicar a questão da água, de citar a fauna e a flora, mas logo a seguir vem um detalhado arrazoado desta mesma fauna e flora, e novamente pede a preservação. Ao mesmo tempo que combina pouco numa sinopse citar esses detalhes após falar da ocupação humana predatória e a ameaça que ela causa, ficou repetitivo o apelo para a preservação.
Roteiro ( - 0,1) :  a descrição do desfile é muito rica, mas há um excesso de informações sobre os elementos, já falados na Introdução e no Argumento.

A MENINA DOS MEUS OLHOS
Introdução ( -0,3) : O texto além de ter uma incorreção aqui e ali, mistura parágrafos com rima a prosaicos. Não há uma uniformidade.
Argumento ( -0,2)  : por mais que erros de escrita não sejam requisitos pra descontos, quando eles são frequentes e deixam o texto picado e pouco fluido, isto interfere no bom entendimento da sinopse, como p.ex, chamar a migração nordestina de Imigração;  fala-se de surgimento com as plantações agrícolas, não é comum.
Roteiro ( -0,4)  : 5 alas antes do abre-alas, muita coisa; Abre-alas cavalos “puxando a Chácara” não faz muito sentido; no 3° setor, há alas representando cinema, teatro, bailes, mas sua alegoria representa os sambistas..não é usual que apenas o carro represente um dos elementos do setor. As rodas de samba , aliás, combinariam muito no 4° setor, que fala do Carnaval; os últimos 2 setores têm temática muito parecida, a da modernidade.
Expl. Temática ( -0,2) :  a história do bairro ( a partir do século passado) até os dias atuais e suas manifestações é bem contada, porém, o autor coloca elementos no último setor que parecem um exagero, como algumas universidades particulares , um shopping e a TV Record sendo chamada de “a mais tradicional” e que sua mudança para o bairro tivesse tido uma grande impacto, que não é bem esclarecido.
Conj. Artístico ( -0,3)  : imaginando o conjunto deste enredo, vemos por um lado um detalhismo muito interessante do bairro da Barra Funda, interessante sem dúvida, mas ao mesmo tempo, por outro lado, um excesso de setores, na medida em que o autor divide as modernidades do bairro: a partir dos anos 70 e a partir dos anos 90, sendo que neste há elementos “a mais” que parecem ter servido mesmo pra deixar o desfile mais longo. Esse tipo de coisa verificamos também quando ele diz no penúltimo setor sobre a chegada de nordestinos, e no começo do último volta a cita-los ao falar dos cortiços; idem ao caso dos sambistas num setor, e das escolas de samba em outro. Dava pra ser mais enxuto e mais bem enquadrado.

OITAVO CONTINENTE
Argumento (-0,6) : não entendi as aspas em “pessoa” ao referir-se a Platão; nem a referência ao materialismo do povo ateniense como causa da destruição de Atlântida; e esta não “se sucumbiu”, e sim simplesmente sucumbiu; o texto fala de um Almirante, mas qual? Parece ter esquecido de citar o nome deste almirante que teria descoberto a Antártida; diz que o continente UM sumiu com as “águas da Era Glacial”..na verdade, teria sumido com a inundação pelo  derretimento do fim desta Era; fala que o livro 20.000 Léguas Submarinas é do século passado,  mas é do retrasado.
Roteiro  ( -0,2):  disposição gráfica incômoda e confusa de se acompanhar; pouco cuidado com a escrita de algumas palavras.
Conj. Técnico ( -0,2): há alguns elementos presentes no Roteiro que não constam no Argumento;  um último setor inteiro representando uma passagem e uma suposição breves na sinopse.
Expl. Temática ( -0,5): o autor parece acreditar que Atlântida ficaria no Atlântico Sul somente por descrições cartográficas antigas da Antártida? Não ficou clara a razão. Aliás, ele sequer fala dos vestígios de artefatos submersos no Atlântico Norte, perto do Caribe, bem como da ilha de Santorini, cuja civilização antiga sucumbiu perante a erupção de um vulcão, talvez a mais aceita hipótese de explicação do mito atlante. Faltaram informações mais interessantes e sobraram suposições obscuras e desconhecidas.
Conj. Artístico ( -0,2): um enredo que seria muito interessante se mais bem pesquisado; vemos uma assimetria entre a qualidade da pesquisa do Argumento e o Roteiro razoavelmente bem construído. Teria mais potencial.

DE RESTOS E SOBRAS...
Visual ( -0,1): não entendi a gravura que faz parte da apresentação, parece ser uma adaptação da célebre pintura da morte de Marat..mas não tem a ver com o enredo.
Argumento ( -0,1) : o autor deu uma leve deslizada ao colocar a  música “Bagaço da laranja” neste enredo, inda mais nos reaproveitamentos artísticos...pois bagaço da laranja não serve pra nada mesmo, pelo menos foi o sentido que a canção passa.
Roteiro (-0,3) : ao descrever a  ala 3, o autor não explica como seria possível que a mesma “mudasse de cor”; há na descrição destaques de chão famosos, mas que já morreram, como João 30. O autor nesses casos poderia lançar mão de dizer que é alguém fantasiado do mesmo, com máscaras faciais; o 5° carro , ao falar somente sobre o tempo, “esquece” de representar uma coisa importante no setor e no enredo, que são as doações.

DIA DE FEIRA
Argumento (-0,1) : o autor fala “final do século passado” ao dizer sobre Feira de Santana, mas final de que século?
Roteiro (- 0,7) : visual estranho,com as descrições dos setores com destaque muito maior que as próprias alas e alegorias; erro grosseiro na descrição do 1° setor, dando a entender que Debret  teria sido um dos primeiros a “estudar as feiras”; o setor 02 , tanto no sentido quanto no contexto histórico, não se diferencia muito do setor 01; as alas 11 e 12 têm uma descrição a mais que não fica clara se é o nome da fantasia ou a vestimenta, e na primeira, ainda há uma designação político-partidária pejorativa, pra complicar mais ainda; a descrição do 5° carro parece uma recomendação: “retratar Feira de Santana”, e o que há é justo uma descrição da cidade, não do carro, como é feita nas demais alegorias.
Conj. Técnico ( -0,5)  : no Argumento, fala-se da origem das feiras, ainda na Antiguidade ou Idade Média. Já no Roteiro isso simplesmente é apagado, e já inicia com a chegada de Debret; aliás, este está citado ainda na Introdução, não no Argumento;  por outro lado, há um setor inteiro ( o 2°) no desfile com coisas que não foram faladas na sinopse, como a vinda de escravos, especiarias e os navegadores.
Conj. Artístico ( - 0,5) : enredo tradicional e rico, mas ficou comprometido por desacertos entre sinopse e roteiro, havendo coisas em um e não no outro, dificultando significativamente o julgamento do todo artístico.

OBATALÁ
Introdução( -0,3):  pareceu uma mini-sinopse mastigada, incompleta, e não um apelo ao que o enredo pretende mostrar.
Argumento ( - 0,3): o autor chama de “enredo histórico” a mitologia sobre a criação do mundo, talvez pra diferenciar da (confusa) parte poética, mas erroneamente; no final, é citado um caso de amor entre Oduduwa e Obatalá, mas de forma resumida , muito simples.
Roteiro ( -0,4) : alas 02 e 03 têm praticamente o mesmo significado; no 4° setor, repetição doída de um erro de português nos nomes das alas “surgi”, na verdade, surge. Roteiro longo , com muitas alas representando basicamente coisas abstratas e repetitivas.
Conj. Técnico ( - 0,3): todo o último setor, representando vários orixás, não consta no Argumento.
Conj. Artístico (-0,4)  : transcrever um enredo já apresentado no Grupo Especial, e ainda por cima consagrado e campeão, já é um complicador pra esse julgamento; no roteiro do desfile, vimos que o autor basicamente desdobrou a sinopse em alas e carros muitas vezes com repetições temáticas. Faltou mais apuro, necessário pra endossar uma escolha como essa.

REVIRÃO
Argumento ( -0,1) : o autor , depois da sinopse em si, explicita de onde tirou seu estilo de enredo em observações e justificativas muitas vezes repetitivas, além do que é desnecessário, “dar uma aula” das coisas que quis dizer e do seu estilo ( steampunk, como repetiu tanto), pois o mais interessante está no leitor enquadrar o que viu, no seu conhecimento.
Conj. Técnico ( -0,1) : descrições de alas do 1° setor, não constantes, ou constantes de forma muito solta, no Argumento.

BERIMBAU
Introdução ( - 0,4):  “Elemento típico da cultura africana, dotado de singularidade e importância na vinda do homem negro ao Brasil”.   Não seria na VIDA??; texto repleto de erros, desleixo.
Argumento ( - 0,2) : no final, fala que o berimbau seria um OFENSIVO instrumento. Como assim??
Roteiro ( -0,4) : mais uma vez, o autor limita-se a demonstrar pedaços do enredo no roteiro. Na comparação com outros vários deste concurso, que se preocuparam em dar uma descrição mínima do que seria o desfile, a desvantagem é flagrante; além disso, ocorre novamente a questão de temáticas idênticas em setores diferentes , como ocorreu entre o 4° e o 5° setores.
Conj. Técnico ( -0,3) : no Argumento, várias linhas descrevem o instrumento. No Roteiro, simplesmente não há menção a isto; além disso, outros elementos estão no Roteiro e não na sinopse, como o maculelê e o uso do berimbau em outras nações.
Conj. Artístico ( -0,4): aqui vou fazer uma reclamação contra o desleixo, a falta de revisão de texto, parece até que o enredo foi escrito ás pressas. Por mais fútil que possa parecer, isso interfere na fluidez do enredo, na força dele, como seria o desse tema, pois o texto se torna difícil de ler, há erros absurdos, gritantes. Além disso, vemos a repetição na soluções. O autor esticou no Roteiro, o que havia no Argumento.

EX-LIBRIS
Expl. Temática ( -0,1) : apenas uma coisa não foi perfeita neste excelente enredo muito bem pensado e apresentado: o final. O céu azul, os poucos elementos presentes no último setor, ficou simplista. O autor certamente mostrou criatividade pra fazer algo mais bem elaborado.


SÉCULO XXII
Introdução (-0,1): só uma observação: NADA do que F. Pinto idealizou no enredo de 85 se realizou em 2001.
Argumento (-0,2) :  a sinopse começa com uma viagem espaço-tempo, ainda na atualidade, mas ao descrever o futuro próspero o autor apenas fala de colônias na Lua e em Marte, e  que “há planos” de se viajar a uma lua de Júpiter. Seria de se esperar que a tecnologia espacial estivesse muito mais avançada do que isso.
Roteiro ( -0,1) ; na setorização, o título do 2° setor é “Apoteose do Planeta Terra”. Só que apoteose é uma coisa boa, e o setor ainda tratava da versão do planeta devastado.
Conj. Técnico ( -0,3)  : estava no Argumento e não esteve no Roteiro:  as nações todas democráticas. Estava no Roteiro, mas não no Argumento: ala 20, animais extintos que voltaram á vida graças á tecnologia...aliás, tema interessantíssimo.
Expl. Temática ( -0,3): a parte da “Terra boa” é maior e mais detalhada que a Terra “má”. Ainda que o objetivo do enredo seja mais otimista, caberia uma maior exploração de características dessa Terra destruída pelo homem;  outra coisa, o já explicado no Argumento: a questão das viagens e colonização espaciais, cujo desenrolar parece contraditório pelo dito no começo. Talvez o autor pudesse argumentar que somente recentemente ( no futuro) a humanidade se preocupou em colonizar outros planetas, pois passou décadas melhorando sua vida na Terra. Mas passou batido.

ALCIONE
Visual (-0,1):  muito bem feito tudo, mas o autor esqueceu de dar uma enfeitada justamente no título.
Argumento (-0,2) : não deu pra entender o trecho em que diz que Alcione foi “agraciada pelo seu trabalho a EUA e Israel” (?). Na setorização,  termina a descrição do 3° setor começando a falar de Carnaval, e inicia-se o 4° da mesma forma. Essa confusão não se repete no Roteiro. Parece que houve um engano aqui.
Roteiro (- 0,3) : a divisão , setorização, do desfile está confusa. Ex: setor que falam da ascensão dela, com a segunda alegoria, “Consagração”, lembrando que essa parte do enredo, no Argumento, está apenas no 3°..parece que o autor confunde um pouco os significados de “ascensão” e “consagração”, que ele deixa bem mais claro no Argumento; depois, num setor mistura-se “Gostoso Veneno” ( uma canção dos anos 90), “cantora da Nova República” e fecha com uma alegoria “raízes africanas”.
Conj. Técnico (-0,1)  : no final do Argumento, o autor encadeia, até de forma bem feita, várias canções de sucesso de Alcione. No Roteiro, porém, elas aparecem pouco, explicitamente, ao menos.
Expl. Temática  ( - 0,3) : o autor deixou de lado questões artísticas mais profundas da carreira da Marrom, como enfocar os compositores gravados , não lembrando que ela é uma INTÉRPRETE, assim como o tema principal de suas canções românticas de sucesso: o amor atribulado, mal correspondido, sofrido.
Conj. Artístico ( - 0,3)  : um enredo que chama a atenção,mas meio confuso em seu desenvolvimento; se a pergunta-chave do quesito é “ deu vontade de vê-lo na avenida”, a resposta é “parcialmente”, pois faltou mais apuro na divisão dos setores( como ex: vc terminar o desfile com alas sobre músicas, simplesmente, sem um contexto mais elaborado) e mais conteúdo.

A GRANDE BATALHA...
Argumento ( - 0,3): o que o autor quis dizer com “Duas tentativas que, infelizmente, foram em vão”, sobre as tentativas de suicídio frustradas da protagonista do enredo?  Não ficou claro o porquê do “escorpião” pra exemplificar a vida de Bruna Surfistinha, embora saibamos que esse é o título de seu livro; no ultimo paragrafo, o autor faz uma mistura improvável de dizer que a vida dela é um exemplo da luta contra o “machismo”, um “legado”,e logo depois diz em “tocar uma”, na brincadeira, misturando sisudez e uma suposta denúncia com um chiste que alguns podem considerar machista.
Roteiro ( - 0,4): no início, o autor diz que a ala das baianas interage com o carro abre-alas. Seria bom ele dar uma dica de como isso seria feito; há fantasias e alegorias com descrição,e outras não, fazendo o roteiro perder linearidade. Perde a chance de dizer da presença da própria homenageada, bem como de Deborah Secco, que fez seu papel no filme.
Expl. Temática ( -0,3) : os últimos setores têm temática parecida, e repete elementos como o encontro de seu amor e casamento, o sucesso dela, primeiro com o livro e depois com o filme, etc.  O enredo deixa de lado o ( ou os) filme pornô que ela protagonizou.
Conj. Artístico ( - 0,4)  : um tema bastante difícil de carnavalizar, tanto do lado mau da vida de Raquel, quanto do final feliz. O 1° porque causou efeitos como fantasiar a bateria de “comida podre”, o 2° Casal de “nojeiras do Vintão”, e o lado bom porque endeusou um pouco a trajetória da vida dela, esticando os últimos setores.

AS RAINHAS E AS NADINHAS
Argumento  ( - 0,4): como nasceu RuPaul no paraíso? O texto não explica;  não vi ligação de Val Marchiori como “nadinha” da Gretchen. Seria  apenas por ter bunda grande? Ela não ficou conhecida por isso; o argumento começa no paraíso, passa pelo mundo pop, vai pra politica e acaba do nada.
Roteiro  ( - 0,1): no abre-alas , o autor chama de divas sambistas até a Sula Miranda(!!); no 2° carro, deixou dúvida se as cenas do filme de Gretchen seriam censuradas, ou se o telão passaria cenas sem censura. Mas o bom humor foi a tônica e bem divertido.
Expl. Temática ( - 0,3) :  na pilhéria que foi este enredo, faltou uma elaboração um pouco maior, podia ter mais brincadeiras, ser mais amplo;  e sobretudo, um final mais criativo.
Conj. Artístico ( -0,3) : aqui deixamos claro saber que esta apresentação foi uma grande brincadeira, mas a discricionariedade do autor, em deixar seu lado subjetivo decidir quem é rainha, e quem é nadinha, compromete a qualidade deste enredo, essencialmente comparado a vários desse concurso com um conteúdo muito maior.

VIAGEM ENCANTADA PELO BRASIL
Título ( -0,1) : um enredo tão rico e vasto podia ter um título um pouco mais criativo.
Argumento ( - 0,4) : escolher a variedade de peixes como atrativo da região Centro-Oeste me pareceu inusual; o parágrafo a seguir, além de truncado, fala de “essas chapadas” como se já tivesse se referido às tais, mas não; ao falar de SP, não há o elogio como nos demais pontos, mas parece uma crítica. Por fim, não pareceu ter muito nexo colocar conhecer um ensaio de escola de samba apenas dentre mais um ponto turístico do Rio, e logo a seguir dizer que o principal é a Marquês de Sapucaí, visto que também faz parte do universo da escola de samba.
Roteiro ( - 0,4) : na ala 02, se descreve a fantasia como representante das lagoas de água doce, mas depois diz que o branco é do sal(??); na 03, ele escolhe apenas o sol como representação das praias, com uma grande descrição sobre as praias antes; na descrição sobre o 3° setor, não cai bem dizer que a Região Norte é a mais atrasada, num enredo de louvação ao país; a descrição da fantasia da ala 09 é subitamente cortada; dizer que Curitiba é a “cidade mais europeia do Brasil”, só pela pretensa organização, soa forçado; no 2° Casal, a porta-bandeira de branco pra representar o chopp claro? Mas seria amarelo, mesmo; o nome da alegoria sobre o Sul é outro equívoco, pois é um lema separatista. A pontuação do quesito não é menor, porém, pela preocupação de descrever as cores e algumas formas das alegorias e fantasias.
Conj. Técnico ( - 0,4): pela estrutura resumida da sinopse, ela deixou de abarcar coisas interessantes no Roteiro, como p.ex, no Casal de MSPB, a harmonia do País com o cansaço do turista; a receptividade das Baianas, Parintins, Curitiba, cidades históricas de Minas.
Expl. Temática ( - 0,4)  : pela vastidão do tema,  é necessário muito cuidado pra não deixar passar elementos turísticos muito importantes. Aqui, não vimos as cidades famosas de Santa Catarina pela beleza e colonização alemã , os Lençois Maranhenses, outras manifestações culturais , etc.
Conj. Artístico ( - 0,2)  : outro enredo que já vimos algumas vezes na avenida, e às vezes aqui nessa representação vimos um ou outro caso de simplicidade nas representações de fantasias, bem como repetições de soluções que já vimos nos desfiles de verdade. Seria necessário um pouco mais de criatividade, portanto.

VAI DAR 13 NA CABEÇA
Introdução ( -0,1) : o texto em primeira pessoa soa muito individual, pouco carnavalesco para uma apresentação de enredo.
Argumento ( - 0,3):  texto recheado de rimas, e muitas delas com a mesma terminação, faz a leitura ficar enjoada e repetitiva;  na parte do hino do Treze, não havia necessidade de dizer que era o hino. As aspas e o itálico já indicavam.

Roteiro (-0, 2) :um pouco de excesso de detalhismo na descrição da CFrente ; o setor dedicado às origens fecha com um carro sobre o sagrado, sem citar origem alguma; no tripé 3, se não há o n° 13 no andar, teria sido melhor escolher outro título; o 2° Casal, de orixás, acha-se perdido no meio de um setor sobre o 13 nas escolas ; a setorização para este enredo é complicada, visto que apenas nos setores sobre o 13 na educação, artes e jogos, a divisão está bem definida. Nos demais, há uma mistura entre curiosidades e superstições e mitos ( inclusive há explicitamente DOIS setores para as curiosidades).  A nota segue alta pelo grau de informação e de  detalhes do desfile.
Conj. Técnico ( - 0,2) : o Argumento basicamente esquece de falar sobre as Origens da mitologia acerca do 13, que é uma coisa interessante e tem todo um setor no Roteiro.

DA CRIAÇÃO DA TERRA...
Introdução (- 0,1):  no final citar um setor sem ter citado os outros não é esteticamente feliz.
Argumento  ( - 0,4): criação do homem citada antes da expulsão de Lúcifer? É estranho; arcanjo Miguel “similar a Deus”, também soou estranho. Colocar a criação dos átomos como sendo um dos elementos junto com os outros, depois da criação da Terra, é uma grande incoerência, visto que toda a matéria é formada pelos átomos.
Roteiro ( - 0,4): se no Argumento o momento da “criação dos átomos” é um problema,  aqui foi pior ainda, mas a ala representando os mesmos veio depois de árvores e vegetais; aliás, como fazer uma ala para vegetais e outra para árvores, se as mesmas também são vegetais?  Ala das passistas com uma fantasia em que eles precisam carregar algo, não combina.
Conj. Artístico ( -0,3): um enredo eminentemente religioso é muito importante que seja bem resolvido num desfile ou nesse caso, num hipotético Roteiro. Não deu pra visualizar bem aqui nesse caso, pelo fato do autor quase não descrever nada no desfile, e pelo próprio tema escolhido, bastante subjetivo.

VERMELHO
Introdução ( -0,2) : texto seco e muito curto, e sem instigar ao leitor a vontade de apreciar o enredo.
Argumento  ( -0,4): tudo muito solto, misturado, sem uma preocupação em separar os vários aspectos da cor. Sinopse bem curta e limitada ao elencamento de elementos do vermelho.
Roteiro  (-0,4): não foi muito feliz a escolha dos super-herois da cor vermelha, pois alguns nem tem a cor como principal de seus uniforme, como o Superman; o 3° setor é dito da religião, mas há uma mistura com energia, com reis e rainhas; e 2 alas representando carícias e sexo, no chão? Uma alegoria seria bem mais palpável pra representar tudo isso.
Conj. Técnico (-0,3) : a sinopse muito enxuta não falou da origem do nome “vermelho” e nem lembrou do sangue, coisas básicas.
Expl. Temática ( - 0,4) : mais um enredo-tema muito amplo e com maiores possibilidades de exploração do que ocorreu. Ex: times de futebol da cor vermelha, cordões encarnados do folclore, um toque de irreverência citando o vermelho de raiva, vermelho de vergonha, etc.
Conj. Artístico  ( - 0,2): aqui novamente ocorre a problemática de ver um desfile incompleto, com assuntos faltando, misturas de elementos aleatórios nas alas, e coisas do tipo.

AS LÁGRIMAS VÃO ROLAR...
Introdução ( - 0,1): falta de cuidado com a grafia, a concordância; perde em relação a outros textos mais bem escritos.
Argumento ( - 0,3): diversos erros de concordância, falta de coesão e fluidez no texto; sobre as “lágrimas do sono”, nunca ouvi falar, nunca as tive, mas o autor diz ser “impossível” não senti-las; informações inexatas: na Grécia, também havia as carpideiras, então havia mulheres que choravam; na Idade Média, ao contrário do texto, demonstrações públicas de sentimento não eram encorajadas.
Roteiro( -0,2) : não se consegue perceber os motivos medievais da ala 05, que representa aquela era; ala 10, sobre o choro da perda, não ficou bem encaixado o uso de uma cruz; nome da ala 17, bastava “telespectadores”; nome grande demais também da ala 18.
Conj. Técnico (-0,3) : o Argumento não cita o choro da imagem de Nossa Senhora, representado na CFrente, e a derrota do Brasil na Final da Copa de 50, que tem grande destaque no Roteiro, na sinopse é simplesmente “uma derrota”.
Expl.Temática ( - 0,3) : mais um enredo-tema com elementos que deixaram de ser explorados. Ex: choro histórico do “Ursinho Misha” , na abertura da Olimpíada de Moscou, a música de Martinho que diz que “homem que é homem não chora”( podia ter sido lembrada na ala que falava sobre isso), o choro pelos grandes acontecimentos bons ou ruins, como a guerra. O autor focou demais nos aspectos pessoais do choro, entremeado por um setor misturado com choros em outras épocas.

MUSSUM
Introdução ( - 0,2) : repetem-se muito os adjetivos palhaço e sambista, dando a entender que o enredo não terá muitas mais nuances.
Roteiro ( - 0,2) : a representação da ala do carregador de sacolas podia ter sido melhor, não apenas com detalhes de dinheiro ( mais parecido com bolsa, portanto); ala 05, como seria uniforme de futebol com jornais?; a ala 09, de mecânico, ficaria melhor colocada logo após o 2° carro, que representava a mecânica; as cores da fantasia representando o europeu, ao contrário das alas anteriores, que remetiam a cada localidade, pareceu mais sobre o Brasil mesmo; ala da cachaça não ficou bem resolvida na descrição. De parabenizar e contrabalançar esses pequenos erros, porém, a preocupação do autor em detalhar bem como seriam essas fantasias e as alegorias.
Conj. Técnico ( -0,1): no Roteiro, não há menção á Swat, lembrada no Argumento.
Expl. Temática (- 0,2) : faltou mencionar mais o Mussum compositor, inclusive mostrar no Roteiro sua música mais famosa: “ É ouro só” de carnavalização bem interessante, ao menos pra um grande tripé.

LUPICÍNIO RODRIGUES
Argumento ( - 0,4) : curioso e contraditório o argumento, do pai “ter batizado-o com vinho e entregado à lua”, e depois não querer que ele fosse cantor; procurei nos links base para essa suposição, mas nenhum abriu; Lupicínio Rodrigues não era compositor propriamente de sambas, como diz a sinopse, ao falar que o samba era o seu “amor”, e sim de boleros, modinhas e no máximo alguns sambas-canções.
Roteiro  ( - 0,3): há em destaque algumas alas em relação ás demais, sem explicação; final do desfile confuso, sobre o porque do “Carnaval” ter eternizado a obra do homenageado;  na parte das descrições do roteiro: como pensar num mestre-sala dançando segurando uma cruz o tempo todo? Apesar de elogiável a preocupação em descrever alas e alegorias, o autor poderia tê-lo feito conjuntamente, e não separadamente, que obriga o julgador a olhar o nome das mesmas em cima e voltar pra ler a descrição embaixo.
Expl. Temática  ( - 0,4): apenas um 3° Casal pra representar um dos fatos mais marcantes da vida de Lupicínio, ter feito o hino do Grêmio, é muito pouco; senti falta de homenagear a Unidos de Jacarezinho, que falou de Lupicínio em 1987, da curiosidade dele ter aberto bares  só para tocar, e principalmente de citações á talvez mais conhecida canção dele: “Felicidade”.
Conj. Artístico ( - 0,2) : enredo denso, bonito, mas talvez por isso simplificado demais no Roteiro, e que poderia ter sido melhor desenvolvido e citado coisas importantes na vida do cantor; ficou tudo mais focado na noite e na boemia.

FILHA DA ESPERANÇA
Visual ( - 0,1): visual da apresentação melhor do que o do título em si, simples em comparação com os demais.
Introdução  ( -0,3): um poema curto, que não atiça a curiosidade pelo enredo, e faz pensar que a homenageada ainda é petista.
Roteiro ( - 0,4):  peca pelo excesso de explicações. Bastaria a descrição das alas e alegorias, mas contar toda a história por trás das representações, muitas das quais repetições da sinopse, foi desnecessário; e ainda  há a não-linearidade, de descrever algumas alas e outras, não; sobre o 1° Casal,  não nomeia o que cada um representa, os iguala, e ainda saca um pentagrama na porta-bandeira, comumente visto como algo do mal ( imaginando a estranheza em que veria isso justo num enredo sobre um pessoa religiosa); na descrição da ala 14, “discurso ideológico e genérico” é um paradoxo.
Expl. Temática ( - 0,5) : num enredo político, sobre uma política, os aspectos políticos da homenageada teriam que estar mais presentes para além de sua história de vida e  generalidades. O autor não citou o PT, não citou o PV, o PSB, a Rede, suas candidaturas a presidente, nada disso. O aspecto político de Marina se encerrou no início de sua militância, no 3° setor. O 4° foram várias generalidades abstratas, sobre “ esperança”, luz, reconhecimento e afins.
Conj. Artístico ( -0,2): imaginar este enredo apresentado é delicado, uma vez que é sobre uma figura política famosa e controvertida. Da maneira que foi desenvolvido, virou uma apologia idealizadora da Marina, o que dificilmente agradaria quem não fosse eleitor dela, essencialmente pelo excesso de abstracionismo, de subjetiva representação. O ótimo Argumento, dos poucos bem escritos neste concurso, melhora sua apresentação.
WINSTON CHURCHILL
Título ( - 0,1) : a opção por representar um líder de um país sisudo e cujo um dos símbolos é a névoa, logo pelo sol, não parece o mais apropriado.
Visual ( - 0,2): simplório
Introdução  ( - 0,3) : texto confuso, pessoal demais.
Argumento  ( - 0,5) : o autor cita anos dos acontecimentos, mas não cita o ano do falecimento do homenageado; confusão no trecho entre a segunda e a primeira eleição de Churchill como primeiro-ministro; o parágrafo que começa em “ainda na Segunda Guerra..” é um festival de confusões e contradições, além de falar em “nosso astro-rei” e logo em seguida dizer que ele mandou jogar bombas de gás em civis; problema cronológico, pois cita isto depois que fala do almirantado em 40, sendo que havia optado por fazer a sinopse em tempo contrário.
Roteiro ( - 0,3) : situações inusitadas, como destinar a “um carnavalesco que assumir esse enredo”, a explicação da ala da morte; problemática da falta de uniformidade entre descrever ou não descrever os elementos; linguagem repetitiva.
Conj. Técnico ( - 0,2) : o começo fala do impacto da morte de Churchill nas ruas, na sensação do povo inglês..já no Roteiro isso passa batido, e fala mais da própria morte em si; não há na sinopse menção à importância dele na maquinha de guerra britânica, presente no Roteiro.
Expl. Temática ( - 0,5): muitas incongruências, a começar pela escolha de Thor, um deus nórdico, idolatrado pelos antigos vikings, que atacaram as Ilhas Britânicas, e mais próximo logo dos alemães, a quem Churchill ajudou a derrotar; o autor simplesmente não fala da ascensão política do homenageado nem do começo de sua vida; esquece as conferências pós-guerra internacionais, das quais esteve presente o homenageado, como Yalta...
Conj. Artístico ( - 0,3): outro enredo político mal construído, nem tanto tecnicamente , mas especialmente em conteúdo, a começar do título, dando a impressão de que seria um desfile raso, superficial e bajulatório em excesso, ao ponto de exaltar o homenageado por ele ter desistido de lançar bombas de gás em civis, e , curiosamente, pelo fato de ser proibido, não por sua consciência..aliás, ainda assim promoveu um massacre de civis alemães.

ARUANDA
Introdução (-1,0) : não houve.
Roteiro (- 0,3): extenso e prolixo, dividindo-se em longas descrições dos setores, roteiro propriamente dito e detalhes dos significados das alas e alegorias, só que aqui há mais uma vez descrição de uns , e de outros não, preferindo o autor discorrer mais uma vez ( depois da sinopse e das descrições dos setores) sobre o que cada elemento representa no enredo; no 1° setor, descrito como Aruanda,  está o 1° Casal que por sua vez já fala sobre a umbanda, que deveria aparecer depois, apenas um exemplo da complexidade da escolha do desenvolvimento que o autor escolheu.
Conj. Técnico ( - 0,2):  a opção por “desdobrar” a explicação do enredo em sinopse, setorização e descrição ala-a-ala, sendo esta descrição muito mais novas explicações do enredo do que descrições de como seriam essas alas, faz com que elementos presentes no Roteiro não estejam no Argumento, e sim espalhadas por esses outros capítulos, comprometendo no geral  o desempenho nesse quesito.
Conj. Artístico ( - 0,1): enredos afro rendem belos desfiles, mas também necessitam ser bem explanados, sob pena de ser todo taxado de “simples macumba”. No caso, o enredo é sobre a umbanda, mas é de certa forma repetitivo, não só pelo tema, como pela sua própria divisão. Nota-se, só como exemplo, que o autor fala em “afirmação da umbanda” em 3 setores: no final do 3°, no 4° e no 5°, sendo que neste último de forma bem generalista, ainda cometendo a , assim por dizer, “licença poética” de dizer que hoje os cultos afros são valorizados, enquanto que sabemos o quanto há de discriminação e como estão sendo perseguidos. Vale o elogio à ótima escrita e à pesquisa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Marcadores